A Propaganda Ocidental e suas Consequências

Asia Teacher – 31 de agosto de 2022

À medida que o presidente Zelensky alcança a posição de celebridade na mídia, reverenciado por líderes políticos ocidentais e celebridades de Hollywood, todos se acotovelando por uma sessão de fotos, não vamos esquecer a propaganda por trás disso e as consequências que começam agora a surgir.

A propaganda ocidental que estamos experimentando atualmente não é nova. O atual presidente Putin se junta aos “monstros” do Oriente Médio de ontem, enquanto as atuais milícias nazistas ucranianas se tornam “combatentes da liberdade” e os russos se tornam “nazistas”. Da mesma forma, os grupos terroristas anteriores do Oriente Médio tornaram-se “islamistas moderados”, mas apenas se estivessem lutando pela OTAN, liderada pelos EUA, no Iraque e na Síria. No entanto, tal é o poder da crença da população ocidental, em sua maioria já estupefata, que tudo isto se tornou factual.

Em nosso mundo de cabeça para baixo, a realidade desapareceu há muito tempo para os 15% de nossos líderes ocidentais que se consideram a “comunidade internacional”. Em 24 de agosto, apenas 54 países de 193 apoiaram uma resolução da ONU que condenava a Rússia por não interromper sua intervenção na Ucrânia, levantando a questão: se a maioria da população detesta os políticos ocidentais atuais, porque eles acreditam apaixonadamente, e muitas vezes até fanaticamente, em suas palavras?

Fornecer armas e ajuda financeira à Ucrânia, o que permite que a Rússia fique atolada em uma guerra sem fim com baixas crescentes, juntamente com sanções para derrubar os padrões de vida da classe média russa, é apenas mais uma tentativa de mudança de regime. Além disso, tendo falhado em controlar os produtores de petróleo do Oriente Médio, não passou despercebido que a própria Rússia é um grande produtor de gás e petróleo.

Bathsheba Crocker, embaixadora dos EUA na ONU, alertou no New York Times em 21 de fevereiro, antes da incursão ocorrer, que a Rússia tinha uma ‘lista de alvos’ de pessoas destinadas à prisão, detenção e tortura, incluindo “populações vulneráveis, como minorias religiosas e étnicas e pessoas LGBTQI+.” Como ela sabia disso não é explicado, mas a inclusão de homossexuais como um grupo vulnerável agora parece obrigatória em qualquer reportagem da mídia.

De alegações apresentadas como fatos pela Comissária de Direitos Humanos da Ucrânia Lyudmyla Denisova e acolhidas pelo The British Daily Mail e pelo New York Times dos EUA em maio, de vários estupros e assassinatos repetidos de crianças perto de Kiev. Enquanto isso, a Newsweek também em maio publicou a manchete “Russos mirando camas e quartos de crianças com explosivos: equipe ucraniana de bombas”; que tipo de mentes doentes sonham com isso?! Embora escritas em formato de notícias, ambas as manchetes continham avisos de que o conteúdo permanecia não verificado. Nesse caso, por que denunciá-lo como notícia? Supõe-se que com o tempo essas histórias se juntarão às armas de destruição em massa de Saddam e aos boatos do Fantasma de Kyiv.

O problema com a propaganda ocidental atual é que ela se baseia no sensacionalismo e cada história fabricada deve superar a última para manter seu efeito “WOW!” [método bem conhecido no mundo da pornografia – nota do tradutor]. No mundo de hoje, os vizinhos Polônia e Eslováquia propõem a construção de um “oleoduto da paz” de petróleo, em oposição ao que o presidente polonês Morawiecki chama de “oleoduto da guerra”, o alemão Nordstream. Enquanto isso, o debate continua acirrado sobre por que a Rússia está bombardeando a si mesmo na usina nuclear de Zaporizhzia com mísseis feitos nos EUA e fragmentos de foguetes HIMARS, também dos EUA encontrados em Yelenovka, onde 57 prisioneiros Azov morreram e 130 ficaram feridos enquanto prestavam testemunho para os próximos julgamentos de crimes de guerra. Queima de arquivo?

A quem os políticos ocidentais culparão se as armas que estão enviando para a Ucrânia forem responsáveis ​​por outro incidente do tipo Chernobyl, quando inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica chegam à usina nuclear de Zaporizhzhia e, antes de entrar, sugerem que a instalação seja devolvida às autoridades ucranianas? . Eu sou o único horrorizado com a ideia de uma usina nuclear nas mãos das forças armadas da Ucrânia, que contam com batalhões de milícias neonazistas em suas fileiras?

Que a Ucrânia não é sobre liberdade e democracia, mas sobre mudança de regime na Rússia, não é um segredo bem guardado. Um ano antes da derrubada de Yanukovych em 2014, Carl Gershman, diretor da ONG norte-americana National Endowment for Democracy (NED), já havia declarado: “A Ucrânia é o maior prêmio … Se ela pudesse ser retirada da Rússia e vir para o Ocidente, Putin poderia encontrar-se no lado perdedor não apenas no exterior, mas dentro da própria Rússia”. Mais recentemente, em 1º de março de 2022, um porta-voz do primeiro-ministro britânico disse: “mas as medidas [sanções] que estamos introduzindo, que grandes partes do mundo estão introduzindo, são para derrubar o regime de Putin”. Ou como afirmou Bruno Le Maire, ministro francês da Economia e Finanças, “vamos travar uma guerra econômica e financeira total contra a Rússia”.

Aconteceu o oposto. No início da intervenção, o rublo estava em 85 por dólar. No entanto, hoje é 61,35; em outras palavras, o rublo está realmente se fortalecendo em relação ao dólar. Não importa a quantidade ou gravidade das sanções, os grandes produtores de petróleo, apesar de quaisquer outras calamidades, não vão à falência.

No entanto, seis meses após a incursão, os efeitos adversos das sanções sobre energia e fertilizantes industriais estão se tornando muito visíveis no Ocidente. Aumento da inflação e dos preços dos alimentos, falências recordes e enormes aumentos nos preços da energia à medida que milhões de imigrantes ucranianos inundam uma região já enfraquecida e a recessão atinge a Europa Ocidental. Quem vai piscar primeiro?

Embora o ocidente esteja atualmente em terríveis dificuldades sociais e econômicas, remover o presidente Putin e substituí-lo por outro fantoche do tipo Yeltsin dos anos 90 seria um grande impulso para o ocidente e para Wall Street, é claro.

Em nossas sociedades ocidentais altamente tecnologicamente avançadas, energia barata e abundante é o motivo pela qual existimos como sociedades de primeiro mundo. O mito da energia verde alternativa e sustentável não aconteceu porque não existe. Retirado nosso suporte vital, o que estamos começando a experimentar é um colapso terminal. Apesar do pessimismo político, quando a situação atual chegar ao fim, nossas economias não vão se recuperar, os empregos perdidos não vão voltar e a inflação não voltará magicamente a quase zero. É isso, a batalha final das civilizações e, pessoalmente, posso prescindir da política de identidade, a agenda da homossexualidade, epidemias de drogas e crimes, e fronteiras abertas.


Asia Teacher é uma cidadã do Reino Unido, professora aposentada de inglês e ciências sociais e políticas.

Fonte: https://thesaker.is/western-propaganda-and-its-aftermath/

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