Sobre a dinâmica petrolífera global junto ao genocídio israelense como fundo

Misión Verdad – 30 de outubro de 2023

Antes do cenário geopolítico atual que decorre da escalada da violência genocida perpetrada por Israel contra a Palestina, a Região da Ásia Ocidental já enfrentava crises de instabilidade depois de computar passos significativos para consolidar a cooperação entre os países que a compõem.

O mercado de petróleo torna-se uma variável crucial nesta equação internacional. Depois de três semanas de conflito, os preços de hidrocarbonetos ainda não aumentaram consideravelmente, como aconteceu em ocasiões passadas, quando houve confrontos e choques nessa região. Há 20 anos, com a invasão dos EUA no Iraque, o valor do petróleo cru registrou uma subida de mais de 30 dólares por barril, antes de atingir o máximo em 2008 de 147 dólares por unidade.

Embora cada evento esboce sua particularidade, o denominador comum é que se trata de uma área que, em sua totalidade, conta com os maiores reservatórios de petróleo do mundo e representa mais de um terço do comércio marítimo global no sector, pelo que o menor desequilíbrio em qualquer peça, o impacto sobre o mercado será notado a qualquer momento.

A Agência Internacional de Energia (AIE, em inglês), em seu informe O Relatório do Mercado de Petróleo de outubro de 2023, observou que o conflito entre Israel e o Hamas não teve nenhum impacto direto nos “fluxos de petróleo” e o que ficou evidente na revisão do preços, não superando o limite de US$ 90 por barril, por enquanto. Mas vale ressaltar que o conflito, sim, teve um impacto sobre os mercados de gás, embora a risco potencialmente maior está associado ao óleo.

Sabe-se que o mercado internacional está submerso em um ambiente de incerteza e flutuações acerca do preço do petróleo cru, sendo marcados por cautela. Além disso, cada movimento nos eventos correntes impulsiona a volatilidade dos marcadores.

Em relação a isso, John Kilduff, sócio do fundo de hedge Again Capital, comentou que “nenhum comerciante de petróleo sabe a respeito” para onde isso se dirige e todo mundo está correndo atrás de uma notícia à outra.” Por outro lado, StanChart afirma que as mudanças em posicionamento nos mercados de futuros de hidrocarbonetos têm sido modestas, apesar de haver um aumento significativo de volatilidade.

É oportuno mencionar que estes eventos lembram a grande crise de abastecimento de petroleiro da década de 1970, mas o mercado [hoje] é totalmente diferente. Em termos gerais, atualmente o setor de energia conta com grandes estoques e mais atores com o capacidade de vender e revender petróleo.

Também é crucial adicionar o fator sancionador nas novas dinâmicas de mercado. A supersaturação desse tipo de prática no comércio internacional de petróleo fez com que a troca fosse o método convencional predominante no presente já que, por vias tradicionais, medidas coercivas norte-americanas e europeias têm impedido a dinâmica petrolífera, como era conhecida até recentemente.

O verdadeiro choque de preços poderia dar-se caso o conflito dure mais tempo e, da mesma forma, caso envolva outros países nesse campo de batalha, como o Irã. Nesse caso, por razões de segurança, poder-se-ia tomar a decisão de se fechar o importante Estreito de Ormuz, o que colocaria em risco a oferta global de petróleo bruto. Ou, incluso, a Arábia Saudita poderia decidir por interromper a produção e garantir que o fornecimento de petróleo dê um salto abrupto de preços.

• Através do O Estreito de Ormuz transita pelo menos 20% do petróleo mundial – quase 17 milhões de barris diariamente – mais 18% de gás natural liquefeito (GNL), que equivale a pelo menos 3,5 bilhões de pés cúbicos por dia.

Qualquer conflito na Ásia Ocidental geralmente provoca um aumento dos preços de petróleo porque aumenta a ameaça de cortes de produção na região. Enquanto isso , o mercado petrolífero permanecerá em sobreaviso, observando a desenvolvimento desses fatos e esperando as decisões da próxima reunião no final de novembro do Comitê Ministerial de Acompanhamento Conjunto (JMMC em inglês) da OPEP +.

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Fonte: https://misionverdad.com/globalistan/sobre-la-dinamica-petrolera-global-con-el-genocidio-israeli-de-fondo

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