Para investidores, o melhor cenário no futuro imediato é o adiamento das reformas trabalhistas e da Previdência. O pior, a queda do presidente e o engavetamento de todas estas propostas. Prevendo o pior, as operações na bolsa de valores foram interrompidas após abrirem caindo mais de 10% e o dólar abrindo no limite da alta 5,77%, a R$ 3,315.
O chamado circuit breaker é ativado todas as vezes em que a queda na bolsa é acentuada e serve como escudo para interromper as perdas.Trata-se de um evento raríssimo na bolsa brasileira, cuja última ocorrência aconteceu em outubro de 2008 com o temor quanto a recuperação do Reino Unido no auge da recessão mundial. Em toda a história da bolsa, o mecanismo foi utilizado apenas 11 vezes até hoje.
O congelamento da Bolsa brasileira estava previsto desde ontem a noite, quando o conteúdo da delação de um dos controladores da JBS, Joesley Batista, foi divulgado com exclusividade pelo Jornal O Globo. Poucos minutos depois da “bomba” no governo, o maior fundo de índice do Brasil no mercado estrangeiro, iShares MSCI Brazil Capped ETF, chegou a cair 14% nas operações após o fechamento formal em Nova York (after hours). Papéis da Petrobras despencavam 16,91%.
O temor dos investidores não é injustificado. Com índices de popularidade baixíssimos, o presidente Michel Temer se ancorava no apoio do Congresso para aprovar reformas difíceis e impopulares, sobretudo a Trabalhista e a Previdenciária. Agora, este apoio no Planalto se esvaiu. A base comunicou ontem a Temer que espera sua renúncia. A equipe econômica de Temer acredita que o vazamento vai atrasar o ritmo de recuperação econômica no país.
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