Líder da bancada do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) sugeriu que o presidente da República, Michel Temer, abra mão do seu mandato e permita que eleições indiretas ajudem na solução da crise política que atinge o Brasil.
Sem manifestações públicas durante os últimos dias, quando uma gravação de Temer com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, agravou a situação no Palácio do Planalto, Calheiros se disse favorável a uma “saída negociada” para o presidente, também do PMDB.
“O fundamental é que o presidente da República compreenda o seu papel na história, converse, porque não há como evoluir sem conversar, e se disponha a facilitar o processo da forma que for mais viável”, afirmou o senador, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Embora não tenha usado a palavra “renúncia” para se referir ao desfecho que julga menos traumático, Calheiros explicou que o caminho mais seguro hoje seria o das eleições indiretas, via Congresso Nacional. Ele vê ainda “muitos nomes que poderiam cumprir seu papel” na Presidência da República.
Alguns dos nomes mencionados pelo senador foram os da ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, do ex-presidente do STF Nelson Jobim, do ministro do STF Gilmar Mendes, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do presidente do Senado, Eunício Oliveira, do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, e o da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).
O senador peemedebista disse ainda que crê em um “desfecho próximo” para a situação de Temer, citando o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 6, e o inquérito envolvendo o presidente da República que corre no STF.
Se declarando contrário a um processo de impeachmet de Temer, Calheiros prega a importância de “todo mundo conversar” para dar um ponto final na crise política.
“Eu acho que, neste desfecho, o que podemos colocar como melhor para o Brasil, na defesa dos seus objetivos mais permanentes, seria eleição geral em 2018 e assembleia nacional constituinte”, completou.
Nas recentes semanas, em meio às reformas no Congresso, Calheiros vinha tecendo uma série de críticas a Temer e suas medidas, questionando até mesmo a articulação política do presidente. Mesmo atacado, Temer não confrontou o líder do PMDB no Senado.
Até esta terça-feira, pelo menos 14 pedidos de impeachment já haviam sido protocolados contra Temer.
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