Author: <span>Luisa Vasconcellos</span>

Geopolítica

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 Five key points from Italian PM Conte's meeting with Donald Trump
“A arte da guerra”
Uma Itália Soberana, sem Soberania
Manlio Dinucci

A confusão político-mediática originada pelo choque entre “europeístas” e “soberanistas” esconde aquela que, pelo contrário, é a realidade: um europeísmo sem Europa e um soberanismo sem soberania.
A erguer prontamente a bandeira do europeísmo está, neste momento, o Presidente Macron, para fazer avançar o poder francês não somente na Europa, mas também em África.
A França, juntamente com os EUA, promotora da guerra NATO que, em 2011, destruiu o Estado líbio (na qual a Itália desempenhou um papel de primeiro plano), procura por todos os meios, controlar a Líbia:
·    os seus ricos recursos – enormes reservas de petróleo, gás natural, água fóssil  
·       o próprio território líbio, de grande importância geoestratégica.
Para este fim, Macron colabora com as milícias que combatem o “governo” de Fayez al-Serraj, apoiado pela Itália, que, juntamente com a ENI, mantém grandes interesses no país. Este é só um dos exemplos de como a União Europeia, construída sobre os interesses das oligarquias económicas e financeiras das grandes potências, está a desmoronar-se devido a contradições de natureza económica e política, dos quais a questão dos migrantes é apenas a ponta do iceberg.
Perante o predomínio da França e da Alemanha, o Governo 5 Stelle-Lega fez uma escolha vital: aumentar o peso da Itália, ligando-a ainda mais estreitamente aos Estados Unidos. Daí a reunião do Presidente Conte com o Presidente Trump, ao qual os media italianos deram pouca importância. No entanto, nesse encontro foram tomadas decisões que influem notavelmente no posicionamento internacional da Itália.
Em primeiro lugar, decidiu criar-se “um lugar permanente onde se concentram os poderes de comando Itália-USA, no Mediterrâneo Alargado”, ou seja, na área que, na estratégia USA/NATO,  se estende do Atlântico ao Mar Negro e, a sul, até ao Golfo Pérsico e ao Oceano Índico.
O comando está realmente nas mãos dos USA, especificamente do Pentágono, enquanto a Itália tem algumas funções secundárias como assistente de gestão e, genericamente, o papel de comparsa.
Segundo Conte, “é uma cooperação estratégica, quase uma geminação, em virtude da qual a Itália se torna um ponto de referência na Europa e um interlocutor privilegiado dos Estados Unidos para os principais desafios a enfrentar”. Anuncia-se, assim, mais um reforço de “cooperação estratégica” com os Estados Unidos, ou seja, o papel “privilegiado” da Itália como ponte de lançamento das forças USA, incluindo as forças nucleares, tanto para Sul como para Leste.
 “A Administração americana reconhece à Itália, uma função de liderança como país promotor da estabilização da Líbia», declara Conte, anunciando, implicitamente, que a Itália, e não a França (menos confiável aos olhos de Washington), foi incumbida pela Casa Branca da tarefa de “estabilizar” a Líbia.  É necessário investigar de que maneira.
Não bastará a Conferência Internacional sobre a Líbia, que deverá ocorrer no Outono, em Itália, antes das “eleições” líbias patrocinadas pela França, que devem ser realizadas em Dezembro. Acontecerá do lado italiano um compromisso militar directamente no terreno, de custos humanos, materiais e resultados imprevisíveis.
A escolha “soberanista” do Governo Conte reduz ainda mais a soberania nacional, tornando a Itália ainda mais dependente do que decidem em Washington, não apenas na Casa Branca, mas no Pentágono e na Comunidade dos Serviços Secretos/Inteligência(br.), composta por 17 agências federais especializadas em espionagem e operações secretas.
A verdadeira escolha soberana é a concretização real do princípio constitucional de que a Itália repudia a guerra como instrumento de ataque à liberdade de outros povos e como meio de resolver disputas internacionais.
il manifesto, 04 de Setembro de 2018
NO WAR NO NATO

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RED VOLTAIRE | 22 DE AGOSTO DE 2018  FRANÇAIS  ITALIANO  ENGLISH  TÜRKÇE  DEUTSCH  عربي  PORTUGUÊS  فارسى  El ministro de Exteriores de Rusia, Serguei Lavrov, ha levantado nuevamente el velo sobre el funcionamiento real de la ONU [1] al recibir en Moscú a su homólogo libanés, Gebran Bassil. En un encuentro conjunto con la…

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Com todas as pontes destruídas, os moradores de Novi Sad foram forçados a atravessar o Danúbio numa barcaça com flutuadores, do exército. Mais fotos disponíveis aqui AQUI




A Arte da Guerra
 
Pontes desmoronadas e pontes bombardeadas
 
Manlio Dinucci
 
 
 
“A imagem é realmente apocalíptica, parece que uma bomba caiu nesta artéria muito importante “: um jornalista descreveu, assim, a *ponte Morandi recentemente desmoronada em Génova, cortando a vida de dezenas de pessoas
 
Palavras que lembram outras imagens, as de cerca de 40 pontes sérvias destruídas pelo bombardeio da NATO em 1999, incluindo a ponte no sul de Morava, onde dois mísseis atingiram um comboio e mataram os passageiros.
 
Durante 78 dias, levantando voo principalmente das bases italianas fornecidas pelo governo de D’Alema, 1100 aviões fizeram 38 mil ataques, lançando 23 mil bombas e mísseis. As estruturas e infra-estruturas da Sérvia foram sistematicamente desmanteladas, causando milhares de vítimas civis. Nos bombardeamentos participaram 54 aviões italianos, que realizaram 1378 surtidas, atacando os objetivos estabelecidos pelo comando dos EUA.
 
“Pelo número de aviões, fomos ultrapassados, apenas, pelos USA. A Itália é um grande país e não nos devemos surpreender com o empenho demonstrado nesta guerra”, declarou D’Alema.
 
No mesmo ano em que participava na demolição final do Estado Jugoslavo, o governo de D’Alema demoliu a propriedade pública da Sociedade Autostrade (também administradora da ponte Morandi), vendendo uma parte a um grupo de accionistas privados e fixando o preço do restante na bolsa de valores. A ponte Morandi desmoronou-se, fundamentalmente, devido à responsabilidade de um sistema orientado para o lucro, o mesmo implícito na base dos poderosos interesses representados pela NATO.
 
A justaposição entre as imagens da ponte Morandi desmoronada e as pontes sérvias bombardeadas, que à primeira vista podem parecer forçadas, é, pelo contrário,   fundamentada. Primeiro de tudo, a cena angustiante das vítimas enterradas pelo colapso, deve-nos fazer reflectir sobre a horrenda realidade da guerra, tornada pelos meios de comunicação aos nossos olhos, como uma espécie wargame (jogo de guerra), com o piloto a enquadrar a ponte e a bomba teleguiada que a faz saltar pelo ar.
 
Em segundo lugar, devemos recordar que, em 28 de Março de 2018, a Comissão Europeia apresentou um plano de acção para o reforço das infra-estruturas da UE, incluindo pontes, não para torná-las mais seguras para a mobilidade civil, mas mais adequadas para a mobilidade militar (Ver il manifesto, 3 de Abril de 2018).
 
O plano foi decidido pelo Pentágono e pela NATO, que requereram à UE para “melhorar as infraestruturas civis de modo a adaptá-las às exigências militares”, de modo a poder mover o mais rapidamente possível, tanques, canhões autopropulsores e outros veículos militares pesados, de um país europeu para outro, para enfrentar a “agressão russa”. Por exemplo, se uma ponte não for capaz de suportar o peso de uma coluna de tanques,  precisará de ser fortalecida ou reconstruída.
 
Alguns dirão que desta forma a ponte se tornará mais segura até mesmo para veículos civis. A questão não é assim tão simples. Essas mudanças serão feitas apenas nas rotas mais importantes para a mobilidade militar e as enormes despesas serão arcadas pelos países individuais, que terão de subtrair recursos à melhoria geral das infraestruturas.
 
Está prevista uma contribuição financeira da União Europeia de 6,5 biliões de euros, mas – afirmou Federica Mogherini, responsável pela “política de segurança” da UE – apenas para “garantir que as infraestruturas de importância estratégica sejam adequadas às necessidades militares”. Os tempos são apertados: até Setembro, o Conselho Europeu terá de especificar (sob indicação da NATO) quais são as infraestruturas para melhorar a mobilidade militar. Será também a ponte Morandi, reconstruída para que os tanques dos USA/NATO possam passar com segurança sobre a cabeça dos genoveses?  
 
*A ponte Morandi, importante viaduto rodoviário de Génova, administrado por uma empresa privada, ruiu no dia 14 de Agosto de 2018, causando mais de 40 vítimas. A causa provável é uma falha estrutural, cujos sinais foram ignorados durante anos. 
 
il manifesto, 28 de Agosto de 2018
 
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