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Cambiar los Valores Culturales
Por LARRY ROMANOFF – 19 de Septiembre, 2020
Traducción: PEC
CHINESE ENGLISH NEDERLANDS PORTUGUESE SPANISH
La mayoría de los productos nacionales son producto y contienen gran parte del patrimonio cultural y de los valores tradicionales de una nación. Puede ser difícil encontrar mucha cultura en un bolígrafo, pero los pasteles de luna chinos son todo cultura. Las marcas y los productos que se hacen famosos, populares, e incluso queridos, en una nación se ganan esa posición por el patrimonio cultural intrínseco que llevan incorporado. Resuenan con la cultura, las tradiciones y los valores del pueblo. Y en la compra y venta del comercio internacional, estos innumerables productos cruzan los océanos y viajan por los continentes del mundo llevando consigo su bagaje cultural, con ese bagaje descargado en cada otra nación y asimilado en parte o en su totalidad por esas sociedades a partir de una adopción consciente o inconsciente de sus valores culturales inherentes.
Gran parte de ese bagaje cultural es neutro en el sentido de que no resta valor a los elementos culturales autóctonos, sino que puede añadirse a ellos, quizá incluso en un sentido positivo. Los occidentales han adoptado los palillos, el dim sum y las carreras de barcos del dragón, mientras que los chinos han adoptado el día de San Valentín y los adornos navideños, pero se trata de adaptaciones superficiales de costumbres extranjeras encantadoras y atractivas que no sustituyen a la cultura local y, de hecho, las tradiciones culturales subyacentes ni siquiera se comprenden, y mucho menos se adoptan. Los americanos pueden disfrutar de las danzas de los leones chinos y de los petardos durante las fiestas del Año Nuevo chino, pero sólo se aprecian por su colorido atractivo visual, ya que se han despojado de los valores que los sustentan, y la cultura y la filosofía subyacentes no tienen ningún significado. Lo mismo ocurre con la Navidad en China, apreciada sólo por su colorido atractivo visual y por los regalos que se hacen a los amigos, mientras que las vastas tradiciones culturales y religiosas subyacentes son ignoradas e irrelevantes. La inserción de estos artículos en la cultura local es sólo superficial, y ha sido realizada instintivamente por la sociedad local de una manera no intrusiva que no hace daño y no pretende sustituir a la cultura local.
A veces, los valores y actitudes extranjeros son adoptados localmente si la población los reconoce como superiores en algún sentido u ofrecen una utilidad práctica adicional. El yoga podría ser un ejemplo de un producto extranjero adoptado voluntariamente por personas de muchas culturas y que, al menos en parte, incorpora la filosofía y los valores subyacentes, un proceso realizado por asimilación natural más que por promoción. Algo similar ocurre con la adopción de la medicina tradicional china en Occidente. Pero la entrada de empresas extranjeras en los mercados de una nación también entraña riesgos, ya que estos elementos culturales poseen una poderosa capacidad para alterar y controlar los valores sociales nacionales, a menudo de forma perjudicial. Como solemos decir, “el diablo está en los detalles”, en este caso en el marketing.
Hay tres grandes diferencias entre el bagaje cultural americano, los valores incrustados en los productos americanos, y los de otras naciones. La primera es que los valores culturales americanos son falsos. No existen en la vida real, sino que, como ya hemos visto, son simplemente ideales utópicos que no guardan ninguna relación con la realidad en el mundo de los Estados Unidos. La segunda es que los valores americanos están fuertemente politizados, basados en los mitos fabricados que subyacen a la vasta ideología político-religiosa americana. La tercera es que son depredadores, agresivos y beligerantes.
Los valores culturales de los productos americanos no sólo son falsos y profundamente políticos, sino que están en una especie de misión de “búsqueda y destrucción”. No entran en otras naciones, sino que las invaden como un virus, con intención de genocidio. Los americanos no promulgan sus creencias culturales para compartirlas contigo, sino que quieren que su cultura y sus creencias suplanten a las tuyas. Quieren que rechaces tus creencias, tu cultura y tus valores, y que adoptes los suyos, incluidas las ideas evidentemente falsas de la supremacía y la superioridad moral americana, que están incorporadas en los valores culturales de todos los productos, políticas y sistemas americanos.
Mudança de Valores Culturais
Por LARRY ROMANOFF – September 19, 2020
Tradução: Leonardo
A maioria dos bens domésticos é produto de, e contém grande parte, da herança cultural e de valores de uma nação. Pode ser difícil encontrar muita cultura em uma caneta esferográfica, mas os bolos lunares chineses são todos cultura. Marcas e produtos que se tornam famosos, populares e até amados em uma nação ganham essa posição devido à herança cultural intrínseca neles embutida. Eles ressoam com a cultura, as tradições e os valores do povo. E na compra e venda do comércio internacional, essa miríade de produtos cruza os oceanos e percorre os continentes do mundo carregando sua bagagem cultural, com essa bagagem descarregada em uma e outra nação e assimilada em parte ou no todo por essas sociedades em uma adoção consciente ou inconsciente de seus valores culturais inerentes.
Grande parte dessa bagagem cultural é neutra, pois não diminui os elementos culturais indígenas, mas pode ser adicionada, talvez até em um sentido positivo. Os ocidentais abraçaram os hashi, dim sum e corridas de barcos-dragão, enquanto os chineses abraçaram o Dia dos Namorados e os enfeites das decorações de Natal, mas essas são adaptações superficiais de costumes estrangeiros charmosos e atraentes que não substituem a cultura local e, de fato, as tradições culturais subjacentes nem mesmo são compreendidas, muito menos adotadas. Os americanos podem gostar de assistir a danças do leão chinesas e fogos de artifício durante um festival de ano novo chinês, mas são apreciados apenas por seu apelo visual colorido, com os valores embutidos eliminados, com a cultura e filosofia subjacentes sem significado. É semelhante ao Natal na China, apreciado apenas por seu apelo visual colorido e pela oferta de presentes para amigos, com as vastas tradições culturais e religiosas subjacentes eliminadas e irrelevantes. A inserção desses itens em uma cultura local é apenas superficial e tem sido realizada instintivamente pela sociedade local de uma forma não intrusiva, que não causa danos e não pretende substituir a cultura local.
Valores e atitudes estrangeiras às vezes são adotados localmente se forem reconhecidos pela população como superiores de alguma forma ou oferecedores de utilidade prática adicional. O ioga pode ser um exemplo de um produto estrangeiro adotado voluntariamente por pessoas de muitas culturas, e pelo menos incorporando parcialmente a filosofia e os valores subjacentes, um processo realizado por assimilação natural em vez de promoção. O mesmo ocorre com a adoção da Medicina Tradicional Chinesa no Ocidente. Mas a entrada de empresas estrangeiras nos mercados de uma nação também contém riscos, pois esses elementos culturais possuem uma capacidade poderosa de alterar e controlar os valores sociais domésticos, muitas vezes de forma prejudicial. Como tantas vezes dizemos, ‘o diabo está nos detalhes’, neste caso no marketing.
Existem três grandes diferenças entre a bagagem cultural americana, os valores embutidos nos produtos americanos e os de outras nações. A primeira é que os valores culturais americanos são falsos. Eles não existem na vida real, mas, como já vimos, são simplesmente ideais utópicos que não têm qualquer relação com a realidade do mundo dos Estados Unidos. A segunda é que os valores americanos são fortemente politizados, com base nos mitos fabricados que sustentam a vasta ideologia político-religiosa americana. A terceira é que eles são predatórios, agressivos e beligerantes.
Os valores culturais nos produtos americanos não são apenas falsos e profundamente políticos, mas estão em uma espécie de missão de ‘busca e destruição’. Eles não ingressam em outras nações, 3…mas as invadem como um vírus, com a intenção de genocídio. Os americanos não promulgam suas crenças culturais para compartilhá-las com você, mas querem que a cultura e as crenças deles substituam as suas. Eles querem que você rejeite suas crenças, sua cultura e valores, e adote os deles, incluindo as idéias claramente falsas da supremacia e superioridade moral americanas, que são embutidas nos valores culturais de cada produto, política e sistema americano.
Os americanos estão tão imersos na crença em sua superioridade natural e excepcionalismo divino que se recusam a aceitar a validade ou mesmo o direito de existência de outras culturas. Essas convicções falsas e profundamente implantadas, combinadas com sua beligerância natural e totalmente infectadas com uma superioridade moral evangélica primitiva e distorcida, resultam não apenas em um desprezo aberto por outras culturas, mas em uma determinação temerária e até religiosa de eliminá-las. Por causa de sua intensa doutrinação e programação político-religiosa, os americanos simplesmente não podem tolerar uma cultura ou um sistema político-econômico diferente do seu e, em termos simples, converterão ou matarão qualquer coisa diferente deles. O conceito de “viver e deixar viver” não existe nos corações e mentes dos americanos ao lidar com o mundo fora de suas próprias fronteiras. O comércio americano e a religião americana são igualmente predatórios, igualmente agressivos e tão ávidos por conquistar e colonizar quanto os militares americanos.
A Exploração Fraudulenta do ADN Chinês pela Universidade de Harvard
Por Larry Romanoff – 17 de Setembro de 2020
Traduzido em exclusivo para PRAVDA PT
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Em Abril de 2005, Margaret Sleeboom, da Universidade de Amesterdão, publicou um artigo no PubMed.gov sobre um projecto de pesquisa chinês da Universidade de Harvard que suscitou a condenação internacional pela terrível falta de ética da Harvard, ligada ao roubo de ADN chinês. (1) (2)
Anos após a conclusão desta investigação, quando houve uma fuga de informação dos pormenores divulgada pelos meios de comunicação, as autoridades chinesas ficaram furiosas ao saber que os americanos se tinham envolvido num projecto secreto e desleal de recolha de ADN chinês. Embora o governo chinês tivesse proibido anteriormente a recolha ou a exportação de tais dados, a Universidade de Harvard evitou com astúcia as proibições e retirou o ADN da China.
Um dos líderes deste projecto foi um investigador chinês da Harvard, Xu Xiping que, com o financiamento do governo dos EUA (muito provavelmente o projecto militar de base de dados de ADN) e da Millennium Pharmaceuticals (3) (4) dos EUA, coordenou esse estudo em Anhui, com Frank Speizer e Scott Weis, este último um epidemiologista de Harvard que, visivelmente teve acesso a informações sobre cerca de 60 milhões de pessoas em Anhui, a partir de uma fonte desconhecida. Xu, nascido em Anhui e que ainda mantinha contactos aí, planeou com Weis e com os financiadores, recrutar milhares de voluntários para recolher amostras de ADN e de sangue, sendo tudo desconhecido do governo central da China. A Millennium estava estreitamente relacionada com o Departamento de Defesa dos EUA e estava a pagar milhões de dólares pelo estudo e pelos seus dados.
- A Experiência da Universidade de Harvard
Xu e os seus colaboradores apresentaram “garantias do projecto” ao governo dos EUA para aderir a todos os regulamentos sobre investigação em seres humanos, incluindo “fornecer uma cópia da aprovação (chinesa) do **IRB”, bem como documentos de consentimento assinados por cada cidadão e para “comunicar prontamente ao IRB quaisquer lesões ou outros problemas imprevistos que envolvam riscos para os cidadãos e outros”. Deveria ser enviada uma carta a cada família sobre a explicação desse estudo e na qual se basearia o formulário do consentimento.
Xu solicitou a cooperação de funcionários locais de escalão inferior na província de Anhui, para concretizar o que designou como sendo um estudo de prevenção e controlo da asma. Os funcionários deviam instruir os médicos locais para encaminharem todos os residentes para as instalações médicas mais próximas, onde receberiam um exame médico gratuito e medicação gratuita para tratar quaisquer doenças descobertas.
Esta experiência médica era complexa, envolvendo a exposição a um agente patogénico potencialmente letal, bem como a recolha e envio para os EUA de centenas de milhares de frascos de ADN chinês, mas as vítimas não foram informadas de nenhum destes aspectos. A revelação foi o resultado de uma investigação realizada em 2003, por **Xiong Lei e Wen Chihua do China Daily, que viajaram para os locais em Anhui onde Harvard e Xu realizaram o seu estudo e entrevistaram os residentes e os médicos que participaram. Xiong e Wen relataram: (5)
“Zhang Da’niu, um agricultor de 55 anos que sofria de asma há mais de 20 anos, disse ao China Daily que foi abordado um dia por um funcionário local que lhe pediu para se deslocar ao hospital local para “um check-up físico gratuito”, afirmando que também lhe foi garantido que receberia medicamentos gratuitos se fosse descoberta qualquer doença. O homem e a sua família compareceram no hospital, conforme solicitado. O médico assistente não identificado, que não era um cidadão local, pediu a Zhang para abrir a boca e depois deu-lhe um spray do que Zhang descreveu como “um agente semelhante a nevoeiro” do que parecia ser “um pulverizador para matar mosquitos”. Encontrou-se imediatamente incapaz de respirar, perdeu a consciência e entrou em coma visível durante mais de oito horas. A sua mulher tinha a certeza de que ele estava morto”.
Os médicos entraram visivelmente em pânico e deram-lhe uma injecção não identificada, mas ele afirma não ter recebido mais tratamento ou assistência médica depois de recuperar a consciência e foi-lhe dito simplesmente, para regressar a casa, apesar de estar fraco e obviamente bastante doente. Os médicos prometeram enviar medicamentos, mas ele diz que nunca chegaram e agora, o seu estado é debilitado e deteriora-se com as estações do ano. Zhang afirma que nunca ninguém o informou dos resultados de qualquer “check-up”, nem lhe foi dito qual o objectivo das amostras de sangue recolhidas. Diz que não viu nem assinou qualquer formulário de consentimento e que não sabia mais nada.
“Um dos médicos da aldeia disse ter compreendido que o chamado ‘check-up’ fazia parte de um projecto de investigação de uma universidade americana e disse ao China Daily, que ele e os seus colegas deviam notificar quaisquer aldeões com sintomas asmáticos para irem ao hospital fazer um exame médico. Referiu que esse procedimento era apenas para benefício para o paciente e que seria oferecido tratamento médico gratuito a qualquer pessoa que dele necessitasse. Disse que tinha “dúvidas sobre o projecto, uma vez que envolvia uma instituição americana”, mas declarou que tinha afastado as suas dúvidas “uma vez que parecia ter sido autorizado” pelas autoridades superiores. Foi-lhe ordenado que elaborasse uma lista de aldeões asmáticos e que os trouxesse, a eles e às suas famílias, ao centro de saúde do condado “para prevenção e controlo de epidemias”. Esclareceu que não testemunhou nenhum dos “controlos” propriamente ditos e não faz ideia se eles alguma vez ocorreram. Mencionou que, tanto quanto soubesse, nenhum dos agricultores foi informado dos procedimentos a que iriam ser submetidos, nem lhes foi dada qualquer informação sobre os resultados deste chamado exame médico. Afirmou também que nunca viu quaisquer formulários de consentimento e que, tanto quanto sabia, nenhum dos agricultores tinha visto um, e ainda, tanto Zhang como o médico reiteraram firmemente que o assunto do “consentimento do paciente” ou o preenchimento de quaisquer formulários relacionados, nunca tinham sequer sido discutidos.
As vítimas chinesas entrevistadas pelo China Daily demonstraram não ter compreendido nada deste processo. Especificamente, Zhang Da’niu e a sua esposa afirmaram nunca ter visto ou ouvido falar de qualquer “formulário de consentimento”, nem nunca assinaram ou de qualquer outra forma perceberam quaisquer formulários de qualquer tipo. Nem tinham qualquer ideia de que as suas amostras de sangue seriam enviadas para os EUA para utilização em experiências de investigação genética. Nem nunca tinham ouvido falar de uma Universidade chamada Harvard. Nem tinham recebido o ‘checkup gratuito’ que lhes foi dito que iram ter, nem tinham recebido o tratamento médico ‘gratuito’ que lhes tinha sido prometido”.
Xu e Weiss alegaram que foi enviada uma carta explicando o estudo a cada família elegível, mas nenhuma prova de tais cartas foi jamais localizada e nenhum indivíduo sujeito a esse estudo confirmou a recepção de tal carta. Xu alegou também que cada um desses indivíduos recebeu uma explicação completa do estudo e, com base nisso, tinha assinado um formulário de consentimento voluntário, mas mais uma vez não foi encontrado qualquer registo de tais formulários. Além do mais, Xu e os seus colegas estavam sob compulsão ética e legal do governo dos EUA, de relatar lesões ou riscos para os pacientes, mas Zhang tinha desmaiado instantaneamente e permanecido em coma durante mais de oito horas, depois de inalar os químicos que lhe foram dados, e o seu caso nunca foi relatado e muito menos “de imediato”.
Quando Xu foi questionado se tinha obtido a aprovação oficial das autoridades chinesas para realizar o seu estudo, renunciou à autoria ou à responsabilidade, alegando que se tratava de “um projecto-piloto lançado por investigadores chineses” em cooperação com a **IRB (Institutional Review Board)chinesa, em vez de ter sido iniciado pela Harvard e pela Millennium Pharmaceuticals. Contudo, de acordo com uma investigação oficial da polícia chinesa, os alegados “investigadores chineses” não existiam. Além do mais, Xu alegou ter colaborado com a “Anqing Medical Subjects Committee”, em Anhui, em Julho de 1994 e ter recebido autorização da mesma, mas tal comissão nunca tinha existido. Um funcionário de saúde local disse que “nunca tinha ouvido falar de tal coisa”, e outro funcionário da Sociedade Médica local disse que não existia, nem nunca existiu, nenhuma organização desse tipo.
Xu e Weiss começaram a realizar a sua experiência humana e a recolher ADN, mas quando as suas acções foram condenadas publicamente e os factos questionados, Xu e Weiss publicaram uma retratação, dizendo que “declararam incorrectamente” que o seu estudo começou em Julho de 1994, quando na realidade começou em 1995, “depois de obterem a aprovação do IRB chinês local”. Xu e Weiss começaram o seu estudo muito antes da sua aprovação fictícia ter sido obtida de uma organização inexistente. Outros escritores observaram que o mesmo número, da mesma revista médica em que esta admissão foi feita, também continha “correcções” semelhantes abrangendo sete outros artigos de investigação científica escritos por Xu e Weiss, todos retractando as datas iniciais do início efectivo do estudo e reafirmando-as para coincidir com as aparentes “aprovações” posteriores do IRB.
No entanto, todas as provas concretas indicam, que Xu Xiping falsificou documentos, formulários retroactivos, e iniciou a recolha sem aprovação do ADN e parece que nunca tinha existido uma aprovação oficial. Parece que tudo o que ele fez foi ilegal. Foram escritos alguns tratados sobre este acontecimento, por exemplo Pomfret & Nelson, 2000 (6) (7) (8) (9), Tao & Li, 2001, que poderá querer referir.
- O Que é Que Realmente Aconteceu?
Parece que Xu aproveitou a sua experiência, a sua posição e conhecimento da China e as suas raízes Anhui, e a falta de sofisticação de uma província pobre e atrasada, para realizar um estudo médico ilegal e não aprovado, com expectativa razoável de confinar o conhecimento da sua actividade aos condados locais, fugindo depois para os EUA com um tesouro de amostras de sangue e ADN chinês. Todas as provas sugerem que a sua intenção era efecuar este estudo em privado, desconhecido das autoridades superiores e do governo central da China. Não há provas de que os exames médicos gratuitos ou os medicamentos prometidos aos habitantes locais, tenham sido realmente fornecidos; pelo contrário, tudo faz crer que ele usou essas promessas como isco para atrair as suas vítimas.
O registo indica que nenhum medicamento foi fornecido a ninguém, mesmo os que eram necessários para tratar as vítimas dos resultados potencialmente letais dos testes. Não há qualquer indicação, a partir dos factos disponíveis, de que qualquer tipo de controlo médico real tenha sido alguma vez realizado, ou tivesse a intenção de o ser, o que significa que toda a história foi uma mentira.
Embora não se saiba como Xu obteve a contratação dos médicos assistentes que realizaram os testes, tudo leva a crer que estavam a testar a eficácia de um ou mais agentes patogénicos conhecidos por causar ataques violentos de asma, estando a Universidade de Harvard, Xu e outras agências governamentais dos EUA a correlacionar, mais tarde, essas sensibilidades com tipos de sangue e amostras de ADN chinês. O objectivo do spray não identificado era observar, nitidamente, o impacto imediato na vítima – na medida em que não havia disposições para o acompanhamento do paciente – mas, aparentemente, a gravidade dos comas instantâneos foi inesperada. O único doente aqui identificado, recebeu tratamento de emergência e não morreu, mas agora não há uma forma fácil de saber, de facto, quantas emergências semelhantes ocorreram, nem se resultaram quaisquer mortes da aplicação destes agentes patogénicos às vítimas – nem mesmo a extensão de qualquer impacto a longo prazo.
Dado o atraso da área e a ausência de grande avanço e cultura na zona rural de Anhui, é muito possível que tenham ocorrido mortes, ferimentos graves e condições médicas crónicas que, ou foram atribuídas a outras causas, ou foram mascaradas e enterradas de outra forma. É uma grande improbabilidade estatística que só tenha havido uma pessoa em tal estado crítico que entrasse imediatamente em estado de coma após a administração de um agente patogénico, quando centenas de milhares de indivíduos estavam a ser testados. Além do mais, não foi localizado qualquer pessoal médico chinês que tivesse efectivamente visto os testes ou “exames” administrados. Dado que Xu e os seus colegas não informaram as autoridades sobre o caso de Zhang, é correcto assumir que todos os outros casos deste tipo também não foram relatados. E se Xu não referisse um acontecimento crítico como a inconsciência instantânea ou um coma, quase de certeza que teria melhor justificação para não relatar acontecimentos mais graves. Parece ser evidente que Xu não estivesse totalmente consciente do potencial de morte ou de doença grave antes dos efeitos sobre o Sr. Zhang, claro que ficaram conscientes desses efeitos após a ocorrência dos mesmos e os factos disponíveis dizem-nos que nunca foi feito nenhum acompanhamento médico. Este episódio também levanta uma pergunta preocupante sobre se os testes terminaram nessa altura ou se continuaram, pois que existem registos de experiências semelhantes realizados na Geórgia, onde as autoridades russas puseram um fim a essas mesmas experiências, após a ocorrência de mortes.
No seu trabalho de investigação, Margaret Sleeboom escreveu que esta era uma história perfeita de “como um americano explorou a vulnerabilidade e a credulidade de uma população atrasada na desolada província montanhosa de Anhui” e salientou que os argumentos de Xu era de “um projecto de mérito para doentes de países ricos, não para os da China”.
- Negação, mentiras e encobrimento
Quando as notícias desta farsa médica se tornaram públicas, Xu e a Universidade de Harvard tornaram-se objecto de investigações criminais, tanto nos EUA, como na China. Mas quando foi exposto e inquirido sobre as suas actividades, Xu foi desafiador e o seu primeiro acto foi chegar ao topo da infraestrutura oficial e exigir que os seus críticos fossem censurados e silenciados. Xu respondeu desafiadoramente às críticas do seu crime e terrível falta de ética, tendo escrito aos funcionários do governo central da China a exigir que censurassem todas as notícias sobre as suas experiências genéticas e que tomassem medidas oficiais contra os seus críticos. (10) (11)
Sleeboom escreveu que Xiong Lei, uma jornalista de topo da New China News Agency, passou muito tempo no caso Xu Xiping a tentar defender “o povo” da China. As suas reportagens tornaram-se tão influentes que Xu viu Xiong como uma ameaça à sua investigação e pediu ao Ministério da Educação para censurar as suas reportagens. Também escreveu outras cartas a funcionários da Academia de Ciências chinesa, pedindo-lhes que censurassem as críticas de Xiong ao seu trabalho. Foram os artigos de Xiong Lei que alertaram o governo central da China para o problema e os levaram a investigar Xu e as suas actividades. Xu admitiu ter retirado ilegalmente centenas de milhares de amostras de sangue e de ADN da China e que evitou subrepticiamente as leis sobre a exportação de tais produtos. Sleeboom escreveu que Xu não mostrou “nenhum sentido de responsabilidade” pelas suas acções, mas, pelo contrário, “culpou pessoas menos esclarecidas, tais como os médicos locaiis.”
Quando se tornou óbvio que tanto a reputação da Universidade de Harvard como as dos NIH (National Institutes of Health) americanos estavam a ser seriamente atingidas pelas múltiplas acusações de crimes e lapsos éticos, e pela revelação pública de uma litania crescente de mentiras expostas no encobrimento, o governo norte-americano envolveu-se, mas apenas para criar um programa de difamação e calúnia para desviar a atenção da criminalidade da Universidade de Harvard, de Xu e de Weiss.
Primeiro, uma mulher judia-americana chamada Gwendolyn Zahner, uma epidemiologista psiquiátrica e antiga Professora Assistente da Escola de Saúde Pública de Harvard, apresentou uma queixa de quinze páginas, em 1999, ao Gabinete para a Protecção dos Participantes da Investigação em Humanos (OHRP) dos EUA, alegando que dois epidemiologistas ocupacionais da Escola se tinham aproveitado das cobaias deste estudo, e alegando que os participantes involuntários tinham sido forçados a participar no estudo como cobaias. A OHRP lançou uma investigação em 1999, que se prolongou até ao início de 2002 e inferiu conclusões condenatórias, a principal das quais foi que, de facto, tinha sido utilizada a coerção para recrutar indivíduos para as experiências. (12)
Mas as alegações de Zahner incluíam um ataque à política de somente um filho, da China, que ela designou como um “programa de eugenia”, e que, segundo ela, levaria à utilização chinesa do ADN recolhido para identificar e prejudicar grupos étnicos indesejáveis. Zahner declarou (13) (14), “as revisões dos estudos genéticos não tinham ponderado adequadamente os riscos do governo chinês utilizar indevidamente informação genética sensível“, sugerindo que a Universidade de Harvard e Xu confiscaram as amostras de ADN chinesas porque não se podia confiar ao governo chinês, o ADN do seu próprio povo. Este ataque calunioso à política, da China, de um único filho era totalmente injustificado, com funcionários do governo dos EUA a afirmarem ter sérias preocupações sobre “as leis Eugénicas da China”. Era visível que a intenção era ligar as deduções desprezíveis de Zahner a uma sugestão de que o governo chinês, se tivesse o ADN, utilizá-lo-ia, de alguma forma, para exterminar o seu próprio povo.
Talvez seja um aparte, mas, aparentemente, mais tarde, Zahner estava a ensinar cursos de medicina de graduação e pós-graduação como perita estrangeira no Peking Union Medical College e no Instituto do Cancro e na Academia Chinesa de Ciências Médicas em Pequim. É preciso um indivíduo interrogar-se sobre o processo de recrutamento das universidades chinesas, quando indivíduos tão virulentamente anti-chineses são colocados em altos cargos nas instituições educacionais da China. Tenho uma lista de muitos destes “peritos” estrangeiros que nunca deveriam ter recebido um visto para a China e que, no entanto, são contratados para contaminar os estudantes do país. Nailene Chou Wiest é outra, que esteve na Universidade Sun Yat-Sen. A minha conclusão é que ninguém na China realiza qualquer investigação sobre os antecedentes ou o carácter dos peritos estrangeiros que tão avidamente contratam. Essas dissimulações nunca ocorreriam em qualquer outro país.
Mas devido à Universidade de Harvard, ao OHRP, a Zahner e a outros, as questões importantes foram assim desviadas e a atenção dos meios de cmunicação mediática americanos passou da falta de ética da Univresidade de Harvard e da fraude e criminalidade de Xu e de Weis, para estimativas da probabilidade do governo chinês utilizar indevidamente informação genética sobre o seu próprio povo, evocando todos os matizes fraudulentos da Alemanha nazi e, claro, do “holocausto” judeu.
Os meios de comunicação ocidentais declararam rapidamente, sem qualquer prova de apoio, que os investigadores chineses estavam tão ansiosos por procurar a cooperação internacional e o financiamento americano, que ignoraram todas as questões éticas envolvidas, “especialmente as questões relativas à protecção dos direitos dos agricultores que são os submetidos a esses projectos”. Mas em parte alguma das suas declarações, a Universidade de Harvard, o governo dos EUA ou os meios de comunicação social admitiram que este estudo foi realizado sob a direcção da Universidade de Harvard inteiramente sem o conhecimento, aprovação ou supervisão do governo chinês. A verdade é que só muito depois deste “estudo” ter sido concluído, é que as autoridades nacionais chinesas se aperceberam do que tinha acontecido e, apenas, a partir da investigação local do China Daily.
- A “Investigação”
Muitos chineses influentes exigiram um exame internacional e uma revisão do estudo de ADN da Millennium-Harvard e que Xu Xiping fosse obrigado a aceitar a responsabilidade por tudo o que ocorreu, mas a hipótese de tal exame com a participação americana é zero. Sleeboom escreveu que a principal preocupação da Universidade de Harvard não era a ética mas a sua própria reputação, e que os “erros” éticos de Xu foram descartados como uma “falha profissional” e não como uma farsa moral. A Universidade de Harvard não repreendeu Xu pela sua falta de ética ou pela sua criminalidade, a sua única acção foi informar Xu para “se dissociar oficialmente (e a Universidade de Harvard) das suas exigências aos funcionários chineses por represálias contra as suas críticas”.
A 25 de Outubro de 2003, a Aliança para a Protecção da Investigação Humana (AHRP) publicou um artigo sobre este estudo da Univresidade de Harvard, observando que o governo dos EUA tem um Departamento especializado – o Gabinete de Protecção da Investigação Humana (OHRP), para assegurar que todos os regulamentos federais dos EUA sejam seguidos na área da investigação humana. O OHRP tem o poder de investigar quaisquer instituições americanas ou outros organismos acusados de violação de princípios legais e éticos, tanto dentro como fora dos EUA. A AHRP tentou obter informações sobre a investigação da OHRP neste caso da Universidade de Harvard, mas foi-lhe recusada documentação, pelo que a organização apresentou um pedido de Liberdade de Informação num tribunal para obter os detalhes de que necessitava. (15) (16) (17) (18) (19) (20) (21) (22) (23) (24)
Percebeu-se principalmente duas coisas: Uma foi que a OHRP iniciou, de facto, uma investigação sobre a Universidade de Harvard e Xu Xiping e solicitou a Harvard toda a documentação existente sobre o caso, incluindo as aprovações do governo chinês e os formulários de consentimento que Xu e Harvard alegavam ter sido preenchidos por todos os indivíduos submetidos a esse estudo. A outra coisa que constataram, foi que a OHRP, ao receber o pedido, rasgou imediatamente todos os documentos originais sob o pretexto de “assegurar a privacidade” dos indivíduos submetidos a esse estudo. (5) (6) E, uma vez que agora não existia qualquer documentação, não foi possível realizar qualquer investigação adicional. A OHRP descartou o seu mandato e embrenhou-se em mais criminalidade para encobrir a duplicidade original e os crimes de Xu e da Universidade de Harvard. Era mais do que evidente que a sua única consideração era proteger a reputação da Universidade de Harvard, e só depois desta reputação ter sido seriamente atingida pelo enorme clamor público internacional é que o governo finalmente interveio – para destruir todas as provas.
Os investigadores federais apoiaram-se quase inteiramente em Xu e em Weis e nos seus colegas para obter informações sobre violações éticas e actividades criminosas. A OHRP não enviou pessoal à China, nem entrevistou nenhum dos indivíduos sujeitos ao teste ou os funcionários médicos locais que teriam tido pleno conhecimento do estudo de Harvard e dos métodos de Xu Xiping, o que poderia ter revelado toda a verdade. Não investigaram as últimas fontes de financiamento do estudo, nem a exportação ilegal das amostras de sangue e ADN da China. Nem abordou a questão da partilha de dados de Harvard com os militares dos EUA sobre o armazenamento do ADN (25) (26). A OHRP alegou ter realizado uma investigação durante três anos, mas apenas arrastou esse processo vago até a raiva do público se apaziguar, as memórias desapareceram e a atenção voltou-se para outros assuntos. Depois, concluíram rapidamente que a auréola de Harvard estava intacta e varreram toda a confusão para debaixo do tapete.
Já é sabido que os militares americanos têm vindo a recolher ADN de todos os americanos, mas também dos russos e de outros grupos étnicos e que, Hillary Clinton, quando ocupou o cargo de Secretária de Estado, deu ordens a todo o Serviço dos Negócios Estrangeiros para recolher ADN e impressões digitais de todos os diplomatas e dirigentes estrangeiros. Mas tudo isto estava a ser feito com bons propósitos, ao serviço da Humanidade. (27) (28) Ao mesmo tempo, os meios de comunicação social norte-americanos começaram subitamente uma inundação de acusações de que a China estava a recolher ADN dos Uigures, em Xinjiang e de outros grupos étnicos minoritários – para fins nefastos, é claro. (29) (30)
A meio da investigação da OHRP sobre a Universidade de Harvard, a liderança de topo da agência foi substituída, com o governo a contratar o acusado para investigar o seu próprio crime. Greg Koski, que era o antigo director em Harvard, responsável pela supervisão dos projectos de investigação de Xu e de outros pacientes humanos, tornou-se o novo Chefe da OHRP e executou pessoalmente a investigação do programa de investigação de Xu Xiping. Foi ele quem relatou aos investigadores federais que ninguém em Harvard se tinha comportado mal e que não havia necessidade de qualquer acção correctiva contra Xu ou contra a Universidade de Harvard. Koski deixou então a OHRP e regressou a Harvard, missão cumprida, tendo sido a Universidade de Harvard a investigar-se a si mesma por esses crimes e a declarar-se inocente.
A Universidade de Harvard alegou que dois dos seus Professores viajaram para os locais de investigação de Xu, em Anhui, para levar a cabo “o mais minuciosamente possível” um inquérito de averiguação, mas visívelmente (e com rapidez) concluiu que “as acusações de quaisquer danos causados aos indivíduos submetidos a esses testes, ou de fraude na obtenção de consentimentos de informação, não podiam ser substanciadas”. No entanto, não consegui localizar qualquer prova de que a equipa de Professores da Universidade de Harvard tenha ido à China. Harvard alegou que uma destas pessoas era Troyen Brennan (31) (32) de um Hospital Universitário da Universidade de Harvard. Brennan aparentemente recusou o contacto com os meios de investigação e foi-lhe perguntado – através do seu advogado – se tinha viajado para a China, se falava chinês, se tinha efectivamente comunicado directamente com alguma das vítimas em Anhui, quem era o seu tradutor, para onde foi realmente, com quem falou, quem organizou as suas visitas e entrevistas, e como conseguiu confirmar que os formulários de consentimento tinham sido assinados”, uma vez que a OHRP tinha retalhado os originais. Os relatos eram de que Brennan se recusava a responder a qualquer uma das perguntas. Dada a vasta duplicidade em todo este caso por parte de todos os participantes americanos, é certamente possível, se não provável, que a viagem de Brennan à China e o seu “inquérito de averiguação” fossem também fraudulentos ou, tal como os formulários de consentimento, inexistentes.
A Universidade de Harvard admitiu que todos os frascos de ADN de Xu tinham sido enviados, de facto, para essa Universidade e estavam a ser armazenados lá, mas insistiu que tudo tinha sido feito correctamente. O Presidente da U. de Harvard, Lawrence Summers, alegou estar “grato” pelo inquérito “não ter revelado a existência de qualquer dano fundamental”, e que “todas as preocupações processuais levantadas foram plenamente abordadas”. No final, a Universidade de Harvard, através do seu representante de relações públicas de controlo de danos, Barry R. Bloom, Reitor de um dos Hospitais Universitários de Harvard, fez as seguintes declarações: (19)
“Estamos muito gratos aos nossos parceiros e colaboradores da China, incluindo a Universidade de Medicina de Anhui e a Universidade de Medicina de Pequim, pela sua paciência e cooperação ao longo dos três anos e meio desta investigação. Estamos gratos aos membros da Administração de Recursos Genéticos Humanos da China pela sua vontade de partilhar connosco os seus conhecimentos e experiência neste esforço. Aguardamos com expectativa a continuação das nossas parcerias na China”.
“Trabalhámos diligentemente ao longo deste tempo para examinar todos os aspectos da nossa investigação sobre temas humanos e para fazer muitas mudanças que melhorassem os nossos processos. Os nossos estudos na China, foram de natureza observacional, não de ensaios clínicos: Não estavam a ser testados quaisquer medicamentos, dispositivos ou procedimentos. Não havia tratamentos experimentais envolvidos. Como esperávamos, o inquérito não provocou qualquer prejuízo para os participantes nos estudos. Acreditamos que, em resposta aos pedidos da OHRP, as melhorias implementadas para melhorar a nossa supervisão de toda a investigação envolvendo seres humanos, acabaram por estabelecer o tipo de colaboração profissional respeitadora da segurança das populações estudadas e da integridade dos nossos processos, que todos nos esforçamos por alcançar. A Universidade de Harvard procura assegurar o mais alto nível de protecção dos seres humanos em todo o seu trabalho e continuará a esforçar-se por cumprir essa norma”.
“A Universidade de Harvard procura assegurar o mais alto nível de protecção dos seres humanos em todo o seu trabalho”. “[Todos] os participantes deram consentimento voluntário e informado”, “nenhum participante individual foi prejudicado”, e “não ocorreram violações intencionais dos procedimentos dos pacientes humanos”. “[Todos] os participantes deram o seu consentimento voluntário e esclarecido”. Responderam aos questionários e podem ter mantido diários de saúde ou ter tido a sua pressão arterial ou função pulmonar medidas. Deram pequenas amostras de sangue e/ou urina e foram compensados pelas suas despesas de viagem e pelo tempo de trabalho perdido. Mais uma vez, foram estudos de saúde observacionais; não houve tratamentos experimentais envolvidos”.
- O Genoma Chinês
Uma das principais preocupações é que este tipo de recolha de ADN em massa é precisamente, o que é necessário para conceber e produzir bio-armas etnicamente específicas. O artigo do Sleeboom afirmava:
“Os projectos de investigação conjunta sino-americana nos anos 90 utilizaram estudantes e investigação conjunta para roubar sangue chinês e para descodificar o ADN da raça chinesa. Este código forneceria informações sobre o sistema imunitário chinês, que poderiam ser utilizadas para criar armas genéticas”.
Sleeboom observou que o projecto do genoma chinês é de especial interesse, parcialmente devido aos grupos minoritários mas principalmente porque “se pensa que algumas das populações rurais e grupos étnicos permaneceram estáticos durante séculos, tornando cada região diferente no seu padrão de genes e doenças”. Numerosas organizações estão interessadas em recolher ADN chinês, mas muitos peritos têm vindo a alertar há 20 anos que, como Sleeboom afirmou, “a China enfrenta a perspectiva de que os genes de centenas de milhões da sua população possam tornar-se recursos inestimáveis das empresas farmacêuticas estrangeiras”. E isto leva-nos ao nosso tópico actual, onde uma empresa da Big Pharma financiou um programa de investigação através da Universidade de Harvard que se destinava a obter amostras de sangue e ADN de 200 milhões de chineses, cujos resultados residiriam e seriam propriedade da Big Pharma americana e do exército dos EUA, sem qualquer benefício para o povo chinês. Sleeboom escreveu mais adiante:
“. . todos os chineses Zhonghua, originários do Rio Amarelo e Changjiang, partilham os mesmos genes. De acordo com o jornal, os americanos pensavam que o distrito de Anqing, onde a mobilidade da população é baixa, as relações sanguíneas relativamente estáveis, e a distribuição de medicamentos relativamente baixa, ainda não está poluído. Isto facilita a experiência genética nos orientais. Não só foram feitas experiências humanas no ADN dos Han e dos Tibetanos, como também foi feita investigação sobre as diferenças entre os códigos genéticos orientais e ocidentais”.
***Xiong Lei, a correspondente médica investigadora do China Daily que abriu este caso na China, escreveu que os americanos gostam de citar o Código dos Direitos Humanos de Nuremberga quando este se adequa aos seus propósitos, mas ignoram o código quando escolhem violá-lo. Escreveu que, quando tomou conhecimento da realização de uma conferência internacional sobre bioética em Pequim, propôs à comissão do programa que os temas do estudo da Universidade de Harvard fossem incluídos na conferência para que todos pudessem saber a verdade. A sua proposta foi recusada. Os organizadores da Universidade de Harvard, da Universidade de Oxford, de Inglaterra e (infelizmente) da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disseram-lhe que o objectivo da conferência era ser “um encontro académico que se centrasse nas questões éticas emergentes na investigação humana”, e que “não achamos apropriado convidar profissionais não bioéticos para participar na nossa conferência”. Xiong concluiu que a questão da bioética médica precisava de ser retirada do domínio dos “profissionais de bioética” e colocada nas mãos daqueles que imporiam a sua aplicação.
Ela terminou um artigo afirmando que a China precisava de “pôr a sua casa em ordem” e eu concordo plenamente. Ela também escreveu que a China precisava de investir recursos na aplicação dos princípios éticos e que deveria ser criado um tribunal internacional para punir aqueles que os violam. Concordo, mas a hipótese de formar esse tribunal é impossível quando são os próprios governos ocidentais e as suas organizações e empresas multinacionais que violam todos os princípios éticos. Os EUA nunca concordariam em participar em qualquer órgão que tivesse poder sobre ele; basta considerarmos o mundo do Tribunal Internacional de Justiça ou o Tribunal Penal Internacional para vermos a verdade desta afirmação. Os EUA reconhecem a sua autoridade apenas como um instrumento político contra os seus inimigos, nada mais.
Tem havido muitas expedições genéticas ilegais e antiéticas na China, todas realizadas por americanos, sendo a “Golden Rice Experiment” da Universidade de Tufts, outra dessas expedições.
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A obra completa do Snr. Romanoffestá traduzida em 32 idiomas e postada em mais de 150 sites de notícias e de política de origem estrangeira, em mais de 30 países, bem como em mais de 100 plataformas em inglês. Larry Romanoff, consultor administrativo e empresário aposentado, exerceu cargos executivos de responsabilidade em empresas de consultoria internacionais e foi detentor de uma empresa internacional de importação e exportação. Exerceu o cargo de Professor Visitante da Universidade Fudan de Shanghai, ministrando casos de estudo sobre assuntos internacionais a turmas avançadas de EMBA. O Snr. Romanoff reside em Shanghai e, de momento, está a escrever uma série de dez livros relacionados com a China e com o Ocidente. Contribuiu para a nova antologia de Cynthia McKinney, ‘When China Sneezes’ com o segundo capítulo, “Lidar com Demónios”.
O seu arquivo completo pode ser consultado em
https://www.moonofshanghai.com/ e http://www.bluemoonofshanghai.com/
Pode ser contactado através do email: 2186604556@qq.com
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Notas:
(1) Margaret Sleeboom, Amsterdam School of Social Science Research, University of Amsterdam and International Institute for Asian Studies, University of Leiden, The Netherlands; Routlege; Taylor & Francis group; New Genetics and Society, Vol. 24, No. 1, April 2005
(3) The Harvard case of Xu Xiping: exploitation of the people, scientific advance, or genetic theft? https://www.congress.gov/106/plaws/publ117/PLAW-106publ117.pdf
(4)https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16552917
(5) https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-64731-9_9
(6) https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-64731-9_9#CR7
(7) https://repository.library.georgetown.edu/handle/10822/940642
(9) Genetic Structure of the Han Chinese Population Revealed; https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2790583/
(10) http://ohrp.osophs.dhhs.gov/detrm_letrs/YR02/mar02b.pdf
(11) http://ohrp.osophs.dhhs.gov/detrm_letrs/YR02/mar02c.pdf
(12) https://digitalcommons.law.scu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1020&context=scujil
(13) https://science.sciencemag.org/content/296/5565/28.1.full
(14) https://www.thecrimson.com/article/2000/8/4/government-investigates-harvard-medical-research-in/
(15) https://ahrp.org/article-28/
(16) https://ahrp.org/article-30/
(17) http://ahrp.org/harvard-affiliated-gene-studies-in-china-face-federal-inquiry/
(19) http://www.bostonherald.com/news/local_regional/china08012000.htm
(20) http://www.ahrp.org/ethical/foiaBWH.php
(21) http://www.ahrp.org/infomail/03/10/01.php
(22) http://www.ahrp.org/infomail/0302/march312002.htm
(23) http://www.ahrp.org/infomail/0402/april10a2002.htm
(24) https://ahrp.org/china-daily-investigation-challenges-us-genetic-experiments-on-poor-farmers/
(25) https://fas.org/irp/eprint/dod-dna.pdf
(26) https://www.dnamilitary.org/
(27) https://off-guardian.org/2017/11/03/why-is-the-us-air-force-collecting-samples-of-russian-dna/
(28) https://www.theguardian.com/world/2010/nov/28/us-embassy-cables-spying-u
(29) https://www.npr.org/2019/12/07/785804791/uighurs-and-genetic-surveillance-in-china
(30) https://www.nytimes.com/2019/02/21/business/china-xinjiang-uighur-dna-thermo-fisher.html
(31) http://archive.sph.harvard.edu/press-releases/archives/2003-releases/press05302003.html
(32) Brennan frequently writes articles on China for the RAND corporation, who specialise in, among other things, simulating conventional and biological war games with China (as they did with Vietnam – RAND was the source of Ellsberg’s ‘Pentagon Papers’). The internet appears to have been expunged of his role in the Harvard investigation, though this next link may still be active:
**IRB (Institutional Review Board) – É um Conselho de Revisão Institucional (IRB), também conhecido como Comissão de Ética Independente (IEC), Conselho de Revisão Ética (ERB), ou Conselho de Ética na Investigação (REB), é um tipo de comissão que aplica a ética na investigação através da revisão dos métodos propostos para a investigação a fim de garantir que são éticos. Tais comissões são formalmente designadas para aprovar (ou rejeitar), supervisionar e rever a investigação biomédica e comportamental envolvendo seres humanos. Efectuam, frequentemente, alguma forma de análise risco-benefício numa tentativa de determinar se a investigação deve ou não ser realizada[1] O objectivo do CRI (IRB) é assegurar que sejam tomadas medidas apropriadas para proteger os direitos e o bem-estar dos seres humanos que participam como sujeitos num estudo de investigação. Juntamente com os países desenvolvidos, muitos países em desenvolvimento criaram Comissões de Revisão Institucional nacionais, regionais ou locais, a fim de salvaguardar a conduta ética da investigação relativa a normas, regulamentos ou códigos nacionais e internacionais[2].
***Xiong Lei é uma jornalista experiente, autora e tradutora sediada na China. Anteriormente Directora Executiva da China Features, um sindicato com a Xinhua News Agency que fornece textos e ensaios fotográficos sobre a China a clientes dos meios de comunicação social interessados em todo o mundo, tem leccionado jornalismo como Professora convidada na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, Universidade Tsinghua, e Universidade Renmin da China desde a sua reforma em 2006. Foi co-autora e traduziu várias publicações, incluindo Portraits of Ordinary Chinese (Imprensa Estrangeira, 1992), The Last Paradise (China Intercontinental Press, 2008), China Ink: Changing Face of Chinese Journalism (Rowman & Littlefield Publishers, 2008), e China Insight (Environmental Science Press, 2009), entre outros. Serve também como consultora de meios de comunicação com o Global Environmental Institute, um think tank chinês sem fins lucrativos e não-governamental, sediado em Pequim.
Traduzido em exclusivo para PRAVDA PT
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Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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