ERIC ZUESSE | 25.07.2017 | OPINION
Presentemente, a Grande Mentira é colossal e, potencialmente, muito mais prejudicial do que qualquer outra grande mentira que tenha existido ao longo da História; será exposta plenamente neste artigo e será documentada de forma ainda mais completa, por meio dos links fornecidos neste resumo. (Esta Grande Mentira é suficientemente importante para que haja esse cuidado, porque se a mentira continuada não for demonstrada e exposta, talvez muito em breve, essa fraude maciça produzirá a Terceira Guerra Mundial, uma guerra nuclear destruidora do mundo.) Então, este relato será apenas um resumo da mesma, mas um resumo completamente documentado – não uma mera “exposição” que se espera que seja admitida, porque, de um modo geral, já é suspeita ou pensada como sendo esse caso, mas, pelo contrário, será algo que é apresentado na expectativa de que os principais factos, tenham sido tão eficientemente escondidos do público, que seja necessário facultar aqui a documentação completa da mesma, para quem quer aprofundar cada vez mais essa violação contínua da História – a Grande Mentira super perigosa que está em curso, neste momento.
Hoje, esta Grande Mentira, que vai ser descrita neste artigo, é uma mentira, com o fundamento de que a Guerra Fria contra a URSS ditatorial e comunista – Guerra Fria que, enquanto durou, foi o grande impulso dado aos fabricantes de armas dos EUA, como a Lockheed Martin – na verdade, foi restaurada em 2014 e continua hoje – desta vez, não como guerra “fria”, mas como guerra quente – pelos EUA e pelos seus aliados, todos unidos (em benefício dos proprietários das suas empresas internacionais e, especialmente, dos principais fornecedores de armas dos EUA) contra a Rússia democrática pós-comunista (que, a cada passo do caminho, é perseguida por tentar defender-se). Essa Guerra, cada vez mais quente, começou no início de 2014 (depois de, pelo menos, três anos de preparação antecipada pela Administração do Presidente americano, Barack Obama), na Ucrânia (que antes, era uma parte do território da URSS), quando um golpe da CIA que foi levado a cabo sob a capa de manifestações em prol da “democracia” contra o Presidente ucraniano democraticamente eleito, Viktor Yanukovych – quando este golpe da CIA instalou na Ucrânia, um governo fanático contra a Rússia e na fronteira da mesma. É, claramente, um incentivo para que haja guerra, assim como seria o caso, se a Rússia tivesse derrubado o governo do México e tivesse instalado nesse país, um regime radical e raivoso contra os Estados Unidos da América.
Nesta Grande Mentira, que reina hoje e é quase universalmente aceite nos EUA como verdade, esse golpe sangrento na Ucrânia é simplesmente ignorado e, em vez disso, o foco da atenção é colocado sobre a separação pacífica e voluntária da Criméia, da Ucrânia, cuja separação resultou, de facto, directamente desse golpe e que foi o verdadeiro evento que acelerou os acontecimentos para a “nova Guerra Fria” – e é o fundamento para a aplicação de sanções económicas americanas e aliadas contra a Rússia e para a acumulação de tropas e armas da NATO nas fronteiras da Rússia, preparadas para invadi-la. (Como é que os americanos se sentiriam se o governo russo fizesse o mesmo contra nós?)
Hoje, a Grande Mentira é a seguinte: o motivo das sanções económicas contra a Rússia, é que “Putin” ou a Rússia “roubaram” ou “conquistaram” ou “apreenderam” a região da Crimeia, na Ucrânia. A Grande Verdade, sobre este assunto, é que o Presidente dos EUA, Barack Obama, apoderou-se da própria Ucrânia (de todo o território), através de um golpe da CIA, em Fevereiro de 2014, que ele começou a planear secretamente em 2011, o qual, em 20 de Fevereiro de 2014, culminou com a derrubada violenta do Presidente democraticamente eleito da Ucrânia, Yanukovych, que ganhou 90% dos votos na região distante de Donbass, na Ucrânia e 75% dos votos na região da Ucrânia, no extremo sul da Criméia, ambas estas regiões intensamente a favor de Yanukovych e que se recusaram a ser governadas pelos governantes nomeados por Obama – a equipa da extrema direita, fascista e raivosamente anti-russa, que o regime de Obama impôs à Ucrânia, depois de Victoria Nuland, a pessoa responsável, indigitada por Obama, dizer ao Embaixador de Obama, na Ucrânia, em 4 de Fevereiro de 2014, que “Yats” (Arseniy Yatenyuk), um político ucrâniano, firmemente racista e anti-russo, deveria ser nomeado para dirigir o país logo que o golpe acabasse, o que aconteceu 23 dias depois (e Yatsenyuk recebeu então a nomeação e estabeleceu políticas anti-russas muito duras – incluindo massacres étnicos de russos na Ucrânia).
As legalidades da situação são tão hediondas do lado norte-americano quanto são as moralidades; e, no entanto, os estados vassalos da América, na União Europeia e noutros lugares, respeitam servilmente as sanções de Obama contra a nação-vítima, a Rússia (mesmo reconhecendo que os moradores da Crimeia apoiam esmagadoramente o facto de se terem separado da Ucrânia e agora estão gratos à Rússia por protegê-los contra os governantes raivosamente anti-crimeanos da Ucrânia,impostos pelos EUA). Além disso: não mais tarde do que o dia 26 de Fevereiro de 2014, os líderes da União Europeia sabiam que a “revolução no Maidan”, tinha sido, de facto, um golpe brutal e de modo algum “democrático” – mas decidiram ignorar esse facto. Então, eles também são culpados dessa situação, embora não na mesma medida em que Obama é.
Na sexta-feira, 21 de Julho de 2017, a agência de notícias (propaganda) anti-russa, Reuters, divulgava no cabeçalho “O escândalo da Crimeia leva a Siemens a retirar-se da energia russa” e informou que, “na sexta-feira, a Siemens da Alemanha tentou afastar-se de um escândalo de sanções da Crimeia, impedindo as entregas de equipamentos de energia aos clientes controlados pelo Estado russo e revia os contratos de fornecimento. O grupo industrial disse que agora tinha provas credíveis de que as quatro turbinas de gás que entregou há um ano para um projecto no sul da Rússia, foram deslocadas ilegalmente para a Criméia, confirmando uma série de relatórios da Reuters ». A falsa suposição implícita neste artigo de propaganda, é que o “escândalo” a que se refere, foi iniciado e executado pela Rússia e não pelo governo dos Estados Unidos (que iniciou as sanções contra a Rússia, devido às quais a Siemens e a Rússia estão agora a ser punidas). O site de propaganda da Wikipedia diz no seu artigo “Crise financeira russa (2014-2017)” que “A crise financeira na Rússia, em 2014-2015, foi o resultado do colapso do rublo russo a partir do segundo semestre de 2014” e praticamente não menciona as sanções económicas, dizendo apenas: “O segundo [motivo para tal] é o resultado das sanções económicas internacionais impostas à Rússia após a mesma ter anexado a Crimeia e a intervenção militar russa na Ucrânia” – implicando, mas não afirmando, que a Rússia tinha começado aquela guerra – que acabava de começar à sua porta e não à porta dos EUA – como se o México tivesse sido invadido por uma nação inimiga e o povo americano estivesse a ser ameaçado, o que, é, realmente, equivalente ao que o povo russo pensa da ocupação efectuada pelos EUA: uma ameaça muito real e grave para a sua segurança nacional.
O artigo da Reuters ignorou, simplesmente, o facto de que a Ucrânia havia sido sequestrada por Obama e só presumiu que a Crimeia (e também Donbass) tinham sido capturadas por Putin. (Além disso, o apelo de Donbass para ser integrada no território da Rússia foi recusado por Putin, em 17 de Setembro de 2014 Mas, mesmo assim, a mentira também está a ser espalhada pela comunicação mediática a favor do regime americano – que a Rússia está a tentar roubar Donbass ao governo da Ucrânia. As mentiras da equipa dos EUA estão para além do bizarro. Às vezes, ao usar uma linguagem cuidadosamente velada para enganar sem afirmar directamente as suas mentiras, eles culpam implicitamente a Rússia sobre o impasse em Donbass, mesmo três anos depois de Putin ter dito não a esse apelo dos residentes de Donbass. E, mais ainda: a Rússia, que – apesar da recusa do governo de Obama em participar – assinou e até ajudou a estabelecer os acordos de Minsk, a fim de resolver a guerra em Donbass, é culpada pela imprensa aliada dos EUA, da recusa da Ucrânia de honrar os compromissos que assinou. Como de costume, as vítimas são culpadas. E a Administração Trump diz que “não deve haver abrandamento das sanções senão quando a Rússia cumprir as suas obrigações, no âmbito dos Acordos de Minsk”. Nenhuma boa acção ficará impune – jamais.)
Nem a Reuters (nem o resto da imprensa do regime dos EUA) relataram que uma luta de poder que está a ocorrer no pós golpe da Ucrânia, entre nazis declarados (ou racistas-fascistas), e o que resta dos ucrânianos eleitos após o golpe, o governo eleito (que é um governo fascista, mas não completamente nazi) (em eleições que excluíram os não-fascistas). Os fascistas, que o actual regime dos EUA apoia, estão a ser atacados pelos nazis. Os nazis estão a ser liderados por DmitriyYarosh, cujos seguidores são descaradamente nazis e, muitas vezes, até exibem,corajosamente, as insígnias do Partido Nazi alemão. O regime americano, de Obama, foi um dos únicos três governos em todo o mundo, que votaram contra uma resolução que havia sido introduzida nas Nações Unidas condenando o fascismo, o racismo e a negação do Holocausto. As duas outras nações pró-nazis foram a Ucrânia, cujo regime instalado pelos EUA sentia a resolução de ser pessoalmente ofensivo mesmo que não fosse específico da Ucrânia e nem sequer mencionasse a Ucrânia, e o outro país era o Canadá, que é uma nação vassala dos EUA e também tem uma poderosa comunidade de nazis ucranianos que escaparam da Ucrânia logo após terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945. A actual Ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, nomeado pelo Primeiro Ministro do Partido Liberal, Justin Trudeau, é Chrystia Freeland, uma racista-fascista, orgulhosa dos seus avós nazis e que defendia no Canadá, a conquista fascista da Ucrânia.
Quando o Tribunal Penal Internacional emitiu, em 14 de Novembro de 2016, o seu “Relatório Anual de Actividades de Exame Preliminar”, incluiu nas páginas 34 a 43, uma secção sobre a “Ucrânia”, mas considerou apenas as acusações de que o governo ucraniano instalado por Obama tinha apresentado contra a Rússia, e nenhum dos crimes demonstrados (que são amplamente documentados nos links que constam neste artigo), incluindo o golpe ilegal, que o regime de Obama, de facto, cometeu não só contra o povo da Ucrânia, mas contra o povo vizinho, o povo da Rússia; e a discussão do ICC não aconteceu (como um artigo influente, mas grosseiramente falso, da Forbes, seis dias depois, mostrava no cabeçalho e que ainda não forneceu documentação para o mesmo, “Tribunal Penal Internacional: A Invasão Russa da Ucrânia é um “Crime”,”Não É uma Guerra Civil”) alegou mesmo que qualquer “crime” foi cometido por qualquer parte; mas, no entanto, o governo russo (que nunca ratificou o tratado que estabeleceu esse Tribunal) condenou o relatório como “unilateral”, o que era um eufemismo, porque o relatório incluía muitas mentiras grosseiras, mentiras absurdas, tais como (e, a seguir, saliento a vermelho a falsidade):
“Na época do início dos acontecimentos que são o objecto do exame preliminar, o governo democraticamente eleito da Ucrânia foi dominada pelo Partido das Regiões, liderado pelo presidente da época, Viktor Yanukovych. Os protestos Maidan foram encorajados pela decisão do Governo ucraniano, em 21 de Novembro de 2013, de não assinar um Acordo de Associação com a União Europeia “.
Como eu e outros documentaram, a exoneração do presidente democraticamente eleito da Ucrânia começou muito antes dessa época e o golpe de Estado já estava a ser organizado dentro da Embaixada dos Estados Unidos, o mais tardar, em 01 de Março de 2013; e o Departamento de Estado dos EUA começou a prepará-lo, em 2011 – simplesmente, esse golpe não “aconteceu” por mero acaso. É evidente que não foi ‘democrático’; o mesmo acabou com qualquer democracia que a Ucrânia tinha. Além do mais, a recusa de Yanukovych da oferta da União Europeia era, ela mesma, uma parte do plano do regime Obama: Yanukovych recusou-a porque a análise feita pela Academia de Ciências da Ucrânia, à oferta da União Europeia, (oferta que tinha sido preparada por insistência do governo dos EUA ) concluiu que, a aceitação desse acordo produziria perdas para a Ucrânia, no valor de160 biliões de dólares .
Esta é a grande mentira infernal, porque, a menos que os Estados Unidos reconheçam publicamente que mentiram e que as sanções contra a Rússia, iniciadas pelos EUA, são baseadas nessa mentira e que, portanto, nunca deveriam ter sido impostas (e não deviam ser respeitadas em nenhum lugar), haverá guerra entre a Rússia e os US, a menos que essas sanções sejam totalmente levantadas, ou então resultará inevitavelmente, uma Guerra Nuclear, porque a Rússia não tolerará para sempre ter a sua economia esmagada, com base numa mentira flagrante. Mas como é que essas sanções podem terminar, a menos que o agressor – indubitavelmente, os EUA – reconheçam publicamente que o anterior Presidente dos EUA, Barack Obama e sua Administração, mentiram com todos os dentes, acima de tudo, para poder impô-las? O governo dos EUA teria que renunciar, perante todo o mundo, a esse ex-Presidente dos Estados Unidos. Ou então, a Terceira Guerra Mundial parece ser quase inevitável. Este assunto é extremamente grave e nem sequer está a ser discutido – muito menos, debatido. A Terceira Guerra Mundial pode resultar deste mesmo assunto, mas ele é totalmente ignorado. A Grande Mentira continua a ser promovida, em vez de ser revelada e demonstrada.
Voltando a 20 de Fevereiro de 2015, eu mencionei como título do meu artigo: “A Crimea: Foi Apreendida pela Rússia, ou a Rússia Impediu que ela Fosse Sequestrada pelos EUA?” E, nos anos seguintes, a documentação de que era Obama e não Putin, quem iniciou (perpetrou) a nova ‘Guerra Fria’ , só tem aumentado. Mas, as notícias da comunicação mediática escondem esse facto (assim como ocultaram esse artigo), porque essa mesma comunicação mediática existe, a fim de espalhar A Grande Mentira e não para desmascará-la. (E, claro, também é por essa razão que não vai publicar este, embora este artigo, também, seja enviado a todos eles, de maneira gratuita, a fim de ser publicado)
Donald Trump condena muitas das acções, decisões e declarações do seu antecessor; mas, sobre esta, que é a mais importante de todas e é, flagrantemente uma fraude (a culpa pela catástrofe total na Ucrânia), Trump permanece alternadamente encorajador e reservado, sobre a maior Grande Mentira de Obama. Agora, depois de meio ano na presidência, será que ele se importa – ou, pelo contrário, será que simplesmente não têm coragem?
É claro, o que um verdadeiro líder faria – seria expôr e renunciar à maior de todas as Grandes Mentiras. Só um covarde é que não o faz.
Autor: ERIC ZUESSE
Escritor e Investigador de História
Publica em:
http://www.washingtonsblog.com/author/eric-zuesse-2
https://www.strategic-culture.org/authors/eric-zuesse.html
Fonte: https://www.strategic-culture.org/news/2017/07/25/the-current-big-lie-is.html
Nota da Tradutora: Dada a importância deste artigo, irei traduzir os artigos mencionados nos links, em língua portuguesa. Demorará tempo, mas, passo a passo, irei inserindo as traduções em cada um dos links existentes, para os leitores poderem verificar a verdade dos factos sem terem qualquer margem de dúvidas. Irei designar este trabalho como :
Dossier UCRÂNIA
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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