Maio 18, 2017
O assalto a Trump por Paul Craig Roberts
Estamos a testemunhar um assalto da Segurança Nacional do Estado e da comunicação mediática liberal ao Presidente dos Estados Unidos, como jamais houve um precedente.
Acusações ferozes e não comprovadas de traição ou de ligações ilegais com a Rússia têm sido o pilar das notícias desde a campanha de Trump para presidência. Essas acusações chegaram ao ponto de haver um movimento de impugnação movido pela Segurança Nacional do Estado e pelos meios de comunicação liberais, endossadas pelos democratas, pela esquerda americana que se virou contra a classe trabalhadora designando-os como “os deploráveis de Trump”, e de eruditos como o Professor de Direito, Larry Trive, da Universidade de Harvard. O Washington Post, que não esteve presente na reunião do Presidente Trump com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Lavrov, dá a entender que Trump deu informações sobre a segurança nacional dos EUA.
O governo russo ofereceu à comunicação mediática prostituída uma transcrição do encontro, mas, claro que ela não está interessada.
A última história é que Trump tentou subornar o Director do FBI, Comey, antes de despedí-lo, para não imputar Trump de fazer parte da “Investigação Russa.” É visível que não há qualquer laivo de inteligência na comunicação mediática americana. O Presidente não necessita subornar alguém que ele pode despedir.
O que testemunhamos é a determinação da Segurança Nacional do Estado em manter a sua estimada “Ameaça Russa”, como sendo a Ameaça Número Um contra os EUA. A comunicação mediática liberal, propriedade da CIA desde a década de 1950, está de acordo com esse objectivo.
A comuniccação mediática americana está tão acostumada à sua escravização à Segurança Nacional do Estado, que não pensa nas consequências. Mas o professor Stephen Cohen pensa e pondera. Concordo com ele que a maior ameaça à segurança nacional “é este assalto ao Presidente Trump.”http://www.informationclearinghouse.info/47076.htm
Cohen disse que há um 4º ramo do Governo, a comunidade dos Serviços Secretos, que bloqueia a gerência dos negócios estrangeiros através do Executivo e do Congresso.
Como exemplo, ele recorda-nos que “Em 2016, O Presidente Obama estabeleceu um acordo com o Presidente Putin, da Rússia, sobre cooperação militar na Síria. Disse que iria partilhar dados dos Serviços Secretos com a Rússia, tal como Trump e os russos iriam fazer depois. O nosso Ministério da Defesa disse que não iria partilhar esses dados secretos. E alguns dias mais tarde, mataram soldados sírios, violando este acordo e foi o fim do mesmo. Então, podemos perguntar: Hoje em dia, quem é que determina a nossa política externa, em Washington?”
Na década de 1960, o Presidente John F. Kennedy pensava que era a pessoa encarregada e foi assassinado por acreditar nisso. JFK impediu uma invasão de Cuba – o projecto Northwoods, um ataque preventivo contra a União Soviética – e falou em acabar com a Guerra Fria.
Na década de 1970, o Presidente Nixon foi afastado do Governo, porque pensava que era o encarregado da política externa. Tal como Kennedy, Nixon era uma ameaça para a Segurança Nacional do Estado. Nixon forçou o SALT 1 e o Tratado anti-ABM e teve uma abertura com a China, amortecendo essas tensões. O complexo militar e a Segurança Nacional viram o orçamento diminuir à medida que a ameaça diminuía. Nixon também determinou retirar-se do Vietname, mas foi constrangido pela Segurança Nacional do Estado. Nixon, o presidente mais bem informado sobre assuntos externos, foi forçado a deixar o cargo, porque os seus esforços a favor da paz constituíam uma ameaça ao poder e ao lucro do complexo militar e da Segurança Nacional.
É importante compreender que não há nenhuma evidência contra Nixon na “investigação” do Washington Post. Os repórteres do Post montaram, simplesmente, uma colecção de sugestões que lançaram calúnias sobre Nixon, cujo “crime” foi dizer que soube do roubo de Watergate numa data posterior à que realmente soube. Nixon manteve o roubo em silêncio até depois da sua reeleição, porque sabia que o Washington Post, da CIA, iria usá-lo num esforço para impedir sua reeleição.
O “crime” de Nixon que deu origem ao seu afastamento, foi o bom resultado em estabelecer relações mais pacíficas e estáveis com a Rússia e com a China.
Trump, ligado a propriedades e ao entretenimento, desconhecia as minas sobre as quais caminhava quando declarou que era tempo de normalizar as relações com a Rússia e repensar o objectivo da NATO.
O complexo militar e de segurança dos Estados Unidos assenta num orçamento extraído dos contribuintes americanos muito pressionados, de US $ 1.000 biliões de dólares por ano. Ao ameaçar normalizar as relações com o inimigo, que foi criado para justificar esse vasto orçamento, Trump apresentou-se como sendo a principal ameaça ao poder e ao lucro da Segurança Nacional do Estado americano.
Por esse motivo é que Trump será invalidado e/ou afastado da presidência dos Estados Unidos.
Mais uma vez, a democracia revela-se impotente, nos Estados Unidos. Não há ninguém em Washington que possa ajudar Trump. Aqueles que poderiam ajudá-lo, como eu, não podem ser confirmados pelo Senado dos Estados Unidos, que é propriedade absoluta do complexo militar e da Segurança Nacional, de Wall Street, e do Lobby de Israel.
Trump tentou associar o povo americano sofredor ao seu governo, um acto de traição contra a oligarquia, que está a fazer de Trump um exemplo, que, no futuro, irá dissuadir os políticos de fazer apelos populistas ao povo.
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
http://paulcraigrobertstranslations.blogspot.pt/2017/05/o-assalto-trump-paul-craig-roberts.html
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