William Greider escreveu:
“As grandes multinacionais não estão dispostas a encarar as contradições morais e económicas do seu comportamento – produzindo nas ditaduras de baixos salários e vendendo às democracias de altos salários. Na verdade, a qualidade impressionante das empresas globais é a facilidade com que o capitalismo de mercado livre põe de lado os seus supostos valores, a fim de fazer negócios. Desde que a procura do mercado seja robusta, as condições da liberdade humana não são importantes. Se for o caso, a ausência de liberdade empresta ordem e eficiência às suas operações.”
Richard Barnet escreveu em ‘Intervention and Revolution‘: “Os Estados Unidos apoiam as ditaduras da direita na América Latina, no Sudeste Asiático e no Médio Oriente … porque elas representam os governantes que amarraram o seu destino político pessoal às fortunas das empresas multinacionais americanas nesses países … Os dirigentes revolucionários ou nacionalistas têm eleitorados e interesses políticos radicalmente diferentes. Para eles, criar “um bom clima de investimento” para os Estados Unidos e desenvolver o país são objectivos fundamentalmente opostos. Por esta razão, se esses dirigentes revolucionários forem eleitos, os Estados Unidos têm um forte benefício económico quando impedem que esses mesmos dirigentes cheguem ao poder, ou quando providenciam a sua remoção.”
De um artigo no The Third World Traveller: “Os CEOs da maioria das maiores empresas do mundo tomam decisões diariamente, que destroem a vida de inúmeros seres humanos. Apenas cerca de 1 a 3 por cento da população é constituído por sociopatas – pessoas que não têm sentimentos humanos normais e podem facilmente ir dormir à noite depois de ter feito coisas horríveis. E desse 1 por cento de sociopatas, há provavelmente apenas uma fracção de um por cento com educação universitária. … Portanto, há uma grande escassez de pessoas para administrar corporações monopolísticas e destrutivas modernas, cujos accionistas têm de pagar milhões para que trabalhem. E, sendo sociopatas, aceitam o dinheiro de bom grado, sem qualquer preocupação com as consequências sociais.
Escutem Edward Herman:
“… o sistema não pode admitir [que] são as violações dos direitos humanos que tornam … os países atraentes para os negócios – então a História tem de ser falsificada, incluindo a negação do nosso apoio aos regimes de terror e às práticas que fornecem climas de investimento, e a nossa desestabilização das democracias que [não] se coadunam com [o] padrão de utilidade das empresas transnacionais. Assim como os Estados Unidos treinaram militares e polícias latino-americanos nos métodos de luta contra o “populismo” nos seus países e, por este meio, ajudaram a produzir um “clima favorável ao investimento” e a colocar no poder os Estados da Segurança Nacional, também é necessária uma polícia numerosa, bem treinada e implacável no país de origem, à medida que impulsiona uma agenda da direita que é contrária aos interesses de uma vasta maioria. Por um lado, há … uma enorme conspiração tácita entre o governo dos EUA, as suas agências e as suas corporações multinacionais e, por outra lado, há negócios locais e facções militares do Terceiro Mundo, a assumir o controlo total desses países e a “desenvolvê-los” numa base de ‘joint-venture’. Os dirigentes militares do Terceiro Mundo foram cuidadosamente incentivados pelo ‘establishment’ da Segurança dos EUA, para funcionar como “executores” desta parceria de ‘joint-venture’, e foram-lhes fornecidas atempadamente, metralhadoras e as informações mais recentes sobre métodos de interrogatório de subversivos. Os Estados Unidos deram um apoio frequente e entusiástico à demolição de democracias, a fim de favorecer regimes “amigáveis ao investidor”.
O Banco Mundial, o FMI e os bancos privados têm despendido incessantemente grandes somas em regimes de terror, após a remoção de governos democráticos, e uma série de estudos quantitativos têm mostrado uma relação positiva sistemática entre a ajuda dos EUA e do FMI/Banco Mundial aos países e às suas violações dos direitos humanos. O sistema de propaganda permite que a liderança dos EUA cometa crimes sem limite e sem sugestão de mau comportamento ou criminalidade; na verdade, grandes criminosos de guerra como Henry Kissinger aparecem regularmente na TV para comentar sobre os crimes derivados desses assassinos. Por causa do seu poder e dos interesses globais, os dirigentes dos EUA cometeram crimes por uma questão de conservadorismo e de necessidade estrutural. Nos últimos 50 anos, uma aplicação rigorosa do Direito Internacional … teria instaurado um processo em Nuremberg, a cada Presidente dos EUA,.”
Como escrevi anteriormente, os EUA enviaram muitas vezes os seus soldados para invadir outras nações sob o pretexto de defender a democracia ou ‘proteger os interesses americanos’, mas na realidade, usaram os militares para defender o capitalismo europeu, derrubando violentamente greves nas empresas multinacionais em toda América Central e na América do Sul, bem como na Ásia, incluindo a China. Elaborei uma lista de intervenções militares dos EUA, declarando as razões oficiais para cada assunto, enumerando uma lista de causas de como “proteger os interesses americanos, suprimir uma greve de protesto geral de civis, combater civis durante protestos anti-EUA, reprimir protestos empresariais anti-americanos, controlar civis anti-americanos, guerra contra civis com o objectivo de proteger o ditador”. O Presidente dos Estados Unidos, Coolidge, orquestrou a queda do governo da Guatemala, quando este se recusou a conceder ainda mais concessões a um grupo internacional, que já controlava a maior parte daquela nação. Tudo isto e muito mais, eram empreendimentos puramente comerciais, com um pequeno punhado de banqueiros europeus usando o poder público das forças armadas dos EUA como uma ferramenta privada para impor brutalmente o que era, efectivamente, trabalho escravo de empresas ostensivamente americanas, mas, muitas vezes, de propriedade desses mesmos banqueiros europeus.
Por esta razão é que os EUA começaram a fornecer aos seus cerca de 50 ditadores-fantoches brutais, armamento de alto nível e treino de repressão civil – para salvar os militares dos EUA das despesas e do trabalho de invadir repetidamente essas nações para reprimir protestos trabalhistas civis contra a desumanidade dessas empresas multinacionais e dos banqueiros internacionais. Esta é uma das principais fontes de riqueza da indústria americana e das famílias de banqueiros europeus – usando um exército para impor a escravidão virtual às populações trabalhadoras de dezenas de nações pobres. Quando escrevi anteriormente, que os EUA canibalizaram grande parte do mundo, essas palavras não foram escolhidas levianamente. A disseminação do capitalismo neoliberal em todo o mundo subdesenvolvido foi – e ainda é – o maior empreendimento de crime organizado da História, um ataque maciço à Humanidade por um punhado de banqueiros europeus e pelos seus amigos industriais, apoiado e aplicado pelo seu exército privado, da maneira mais brutal e imáginável pelo seu exército privado – as forças militares e militarizadas dos EUA.
E em quase todos os casos em que os EUA estiveram envolvidos, os soldados americanos foram apenas carne para canhão, bens descartáveis para os homens poderosos da alta finança que usaram o exército dos EUA como sendo o seu exército privado para instalar o palco a para a sua pilhagem. Se o leitor fizer a revisão da lista das intervenções dos EUA em nações estrangeiras, durante os últimos 200 anos, quase todas seguem o padrão que vimos no capítulo de como os EUA enriqueceram:
(1) remover um governo socialista que está a impedir os banqueiros internacionais e as suas empresas multinacionais de pilhar uma nação,
(2) instalar um ditador militar brutal,
(3) ‘pacificar’ a população com massacres e terror, e
(4) apropriar-se da infraestrutura e roubar os recursos da nação sem restrições.
Nenhuma dessas 50 ou mais aventuras foi em prol da democracia ou da liberdade. Todas elas foram motivadas pelo dinheiro e pela ganância. É preciso ter em conta que a lendária ignorância americana produzida pela comunicação mediática, por Hollywood e por outras propagandas, fazem parte de um plano posto em prática pelo mesmo exército de banqueiros. Se o leitor quiser usar o exército de uma nação para levar a cabo atrocidades a favor das suas empresas e bancos, não quer que as pessoas o saibam, porque isso iria revoltar os seus estômagos e eles revoltar-se-iam. Mas se o leitor controlar a comunicação mediática, as editoras de livros e os filmes, controla o que as pessoas veem, leem e sabem, ao mesmo tempo que as orienta sobre o que elas devem pensar. Se os banqueiros agirem inteligentemente, podem massacrar dezenas de milhões de civis inocentes em dezenas de nações e fazer o povo americano acreditar que o seu governo estava apenas “a espalhar a democracia” por toda parte. E foi exactamente isso que aconteceu e é, precisamente, no que o povo americano acredita.
Quando a Grã-Bretanha estava no auge do seu poder internacional, essas mesmas famílias de banqueiros judeus europeus usaram os militares britânicos como o seu exército privado para subjugar e aterrorizar as populações das nações mais fracas a fim de pacificá-las pelo saque e, no caso da Índia, também para dividir o país. Foram os militares britânicos, imersos na ideologia capitalista e agindo como capangas e bandidos que brutalizaram a Índia durante gerações, em nome de empresas privadas que incluíam a Companhia Britânica das Índias Orientais, que foi criada pelos Rothschilds e era inteiramente uma organização judaica. O caso da Índia nunca foi sobre política ou território, mas sim sobre dinheiro. Foram as mesmas famílias de banqueiros europeus, Rothschild, Sassoon, Kadoorie, Hardoon e outras, que usaram os militares britânicos como o seu exército privado para proteger os Rothschilds enquanto forçavam os indianos a cultivar o ópio, os Russells que o transportavam para Hong Kong e os Sassoons que utilizavam a sua licença exclusiva de vendas na China. As guerras boeres travadas na África do Sul foram organizadas pelos Rothschilds e pelos seus amigos industriais, usando os militares britânicos para exterminar uma população resistente à colonização e, em seguida, reivindicar as jazidas de ouro e as minas de diamantes para si. A Inglaterra foi usada como o exército privado dos banqueiros em ambas as guerras mundiais, com pleno conhecimento de que os custos destruiriam o Reino Unido financeiramente, exterminariam o Império Britânico e deixariam à Grã-Bretanha uma parte insignificante do país. Mas nessa altura, os militares dos EUA já eram muito mais fortes e os banqueiros já tinham o controlo efectivo total sobre o governo dos EUA e sobre os seus políticos e, por extensão, sobre os seus militares. A Grã-Bretanha era descartável, então os banqueiros desfizeram-se dela e transferiram a sua bandeira para os Estados Unidos.
Quando a Grã-Bretanha teve permissão para entrar em colapso, após as duas guerras mundiais autodestrutivas, os banqueiros transferiram a sua lealdade militar para os Estados Unidos e, desde então, são os militares americanos que fazem a maior parte do trabalho sujo para permitir a devastação internacional executada por esses mesmos banqueiros. Hoje, muito desse trabalho de conquista do mundo a favor dos banqueiros está a ser transferido para a NATO, pelo menos, na região europeia. Referi-me, brevemente, ao governo europeu como sendo essencialmente uma ditadura proto-fascista, com o controlo real e o poder de tomada de decisão a residir em salas escuras, vários níveis acima dos representantes eleitos tanto nacionais como europeus, de facto e de acções das quais não prestam contas a ninguém além deles próprios. A NATO está a ser incorporada como sendo o seu exército privado, um motivo pelo qual os aspirantes à adesão à Europa devem primeiro submeter os seus militares à NATO, que é, como os próprios governantes europeus, um órgão criminoso supranacional que não presta contas a ninguém.
Deve-se notar que geralmente atribuímos muito do caos financeiro e político do mundo às acções dos Estados Unidos, mas, pelo menos num sentido, isso é injusto. É verdade que os EUA exercem o seu poder militar, político e financeiro desequilibrado para causar estragos no mundo que tende inevitavelmente a beneficiar apenas o 1% do topo, mas, embora essas acções possam ter sido unilaterais em certa altura da História sombria da América, hoje o mesmo poder combinado, é dirigido por esse mesmo 1%, pelo que designamos como “estado profundo” ou “governo oculto”, ou seja, o poder oculto por trás do trono. Tal como aconteceu no passado, com a Grã-Bretanha, hoje os Estados Unidos estão a ser usados como uma ferramenta – o seu Departamento de Estado, os seus militares, a CIA e a NSA, o dólar e o armamento crescente das finanças, são todos flechas na aljava desse pequeno grupo de pessoas poderosas – essas mesmas famílias de banqueiros judeus europeus.
Para perceber a verdade desta afirmação, precisamos apenas de pensar. A maioria das acções tomadas as últimas décadas (e que ainda estão a ser tomadas hoje) pelo FED dos EUA, as políticas do Departamento de Estado, as guerras incessantes, as revoluções e as desestabilizações nacionais, não foram de forma alguma benéficas para os EUA como nação, nem para o povo americano. Na verdade, muito pelo contrário, já que os EUA arcaram com a maior parte das despesas e com quase todas as baixas nos campos de batalha. Mas todas elas foram muito benéficas para os poucos nos bastidores, que absorveram quantidades surpreendentes de riqueza de cada um desses acontecimentos, que incluiriam as múltiplas depressões dos EUA, as invasões de países como o Iraque e a Líbia, a destruição da Ucrânia e muito mais. Nenhum americano comum beneficiou, de alguma forma, dessas atrocidades, mas um pequeno punhado de pessoas – os mesmos cleptocratas internacionais em todos os casos – lucrou na casa dos triliões de dólares. Ao promover a campanha de propaganda, Hollywood apresentou, orgulhosamente, filmes dessas “guerras de libertação” devastadoras, proclamando um heroísmo americano totalmente fictício, alegando que elas forneciam “provas inequívocas de que o nosso país lutaria contra a agressão e contra todos os agressores que desafiavam os direitos dos homens livres. “
Se analisarmos as guerras mais recentes da América – Afeganistão, Iraque e Líbia, e aquelas que quase aconteceram – Síria e Irão, o que vemos? Excepto pelo seu petróleo e pelas suas localizações estratégicas, nenhum desses países teve qualquer importância para os americanos, nem para o seu governo. Nenhum desses países representava qualquer ameaça para os EUA, nem fez nada a ninguém que justificasse as invasões militares e a destruição que sofreram. Nenhum desses países estava relacionado com o 11 de Setembro, nem estava relacionado com o “terrorismo”, de forma alguma, pelo menos não estava relacionado antes do envolvimento do governo americano. Considere a Jugoslávia, uma federação pacífica que estava calmamente sentada num pequeno canto do mundo, cuidando da sua vida e não fazendo mal a ninguém. Então o que aconteceu? A história não é complicada. Os banqueiros internacionais queriam a Sérvia destruída e a Federação Jugoslava desmantelada, uma caricatura justificada para um público ignorante e crédulo, através de mais uma vasta tapeçaria de mentiras e com o governo dos EUA a pagar os custos e os militares dos EUA sofrer as baixas das guerras ocidentais. Claro que a Jugoslávia não era uma ameaça para os Estados Unidos em nenhum sentido, nem era um inimigo, e nem os Estados Unidos como nação, ou as empresas americanas ou o povo americano iriam beneficiar de alguma maneira com a destruição em massa e com o massacre. Nessa equação, os EUA eram irrelevantes, excepto como ferramenta. Foi, inteiramente, uma guerra de banqueiros.
Com o Iraque e com a Líbia, os banqueiros judeus internacionais, as mesmas pessoas que possuem o FED e que controlam – nos bastidores – a Casa Branca e o Congresso dos EUA, queriam que as guerras obtivessem o controlo do petróleo e fortalecessem Israel como sendo a potência militar suprema do Médio Oriente. É claro que os banqueiros não têm forças armadas e, embora possam e causem calamidades financeiras, isso não era suficiente; eles queriam alcançar o tipo de controlo total disponível apenas por meio da invasão e da ocupação militar e por meio da destruição total subsequente das forças armadas locais, dos governos e das estruturas sociais e políticas, da disparidade perpétua da renda sobre a qual lemos antes, e afastar qualquer esperança futura de defender-se e expulsar os seus novos donos. Tal como foi feito na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, o governo secreto abordou o governo real, a começar pela Casa Branca, com a proposta de invadir e destruir esses países e entregar os seus activos aos banqueiros e às suas corporações. Claro que o governo dos Estados Unidos estava disposto, mas não tinha dinheiro para aventuras tão caras. Mesmo assim, a solução estava à vista: pedir dinheiro emprestado a esses mesmos banqueiros. É evidente que, se o governo não tiver o dinheiro hoje, também não o terá depois das guerras terminarem, mas os governos têm um poder ilimitado de tributar e, portanto, podem levantar dinheiro. Não tributarão as elites ou as suas empresas, mas sim os cidadãos. Os militares dos EUA não queriam realmente travar nenhuma dessas guerras e disseram aos dois presidentes – Bush e Obama – que estavam loucos, mas com o controlo quase absoluto dos mestres-fantoches da Casa Branca e do Congresso e através deles, dos militares, foram bem sucedidos a forçar essas guerras. O Presidente, com bastante entusiasmo, comprometeu o governo com a dívida e os militares com as guerras.
É importante ressaltar que, ao contrário da propaganda nos jornais, os Estados Unidos e os banqueiros não perderam essas guerras; eles conseguiram tudo o que queriam – quase triliões ilimitados de riqueza adicional para os banqueiros e a destruição total dos dois países (e dos seus dirigentes) de quem Israel não gostava. E quais foram os benefícios para o povo americano? Absolutamente nenhuns. As pessoas e o bem geral do país não contavam. Essas guerras não eram para melhorar a vida do povo americano, não eram para tornar o mundo seguro e a favor da democracia, não eram sobre o 11 de Setembro e claro que não eram sobre o terrorismo. Seguindo o mesmo padrão que existe há mais de 200 anos, um pequeno grupo de banqueiros europeus poderosos usou as Forças Armadas dos EUA como uma ferramenta, como um exército pessoal, para promover as suas ambições financeiras e políticas. Pensem no sequestro do Havaíi. Se os americanos se interrogarem como é que eles, como nação, estão melhor com essas guerras, com a destruição desses países, com os milhões de mortes e com o custo humano e financeiro impressionante, a única resposta possível é o silêncio. Com o capitalismo neoliberal, as guerras são “privatizadas” da mesma maneira que tudo o mais: privatizam os lucros e socializam as perdas.
As guerras recentes custaram aos EUA cerca de 6 triliões de dólares, que terão de ser reembolsados pelos cidadãos da democracia mais ignorante do mundo. Isso equivale a cerca de 20.000 dólares para cada homem, mulher e criança na América, ou cerca de 50.000 dólares por família, mas os americanos já não têm esse dinheiro e não têm esperança de acumulá-lo. Os impostos já foram reduzidos a quase nada para os membros do governo secreto, para as suas empresas e para os seus amigos, e não serão aumentados. E, com apenas empregos a ‘part-time’ e salários reduzidos, as pessoas não podem suportar o aumento de impostos. Mas o dinheiro deve ser devolvido, e reembolsado com os impostos, e isso já está a ser efectivado. Os impostos colectados estão a ser reconduzidos, afastados dos serviços sociais necessários como a saúde e a educação, e em direcção ao pagamento das dívidas de guerra e das novas aventuras militares.
O governo dos EUA arrecadará 100 biliões de dólares eliminando o Medicare e qualquer esperança de um plano nacional de saúde. Está agora a aumentar a idade da reforma para os 70 anos e a reduzir as pensões do governo, cortando 20 biliões de dólares do programa de vales de refeições e outros biliões de benefícios de desemprego. Está agora a eliminar dezenas de biliões de dólares na educação, cortando drasticamente os fundos para a educação primária e secundária e também para as universidades, forçando-as a cortar professores e a aumentar as mensalidades para se sustentar. Está a reduzir todos os serviços sociais, desde bibliotecas públicas até ao transporte público, e abandonou até a pretensão de consertar uma infraestrutura envelhecida de autoestradas, pontes, barragens, caminhos de ferro e aeroportos em desintegração, que está a decompor-se depois de 60 anos de abandono. E, para garantir que o público não fique rapidamente conhecedor desta situação, os Estados Unidos estão a criar todos os anos, novas maneiras de deturpar as suas estatísticas económicas, usando números falsos para ajudar a que todos acreditem que a recessão de 2008 terminou, que estão a ser criados mensalmente, centenas de milhares de novos empregos e que, em breve, tudo irá ficar melhor. O governo diz mentiras inescrupulosas, em particular, sobre a taxa de inflação para ocultar o enorme pagamento insuficiente dos benefícios da Previdência Social e continua a cobrar esse imenso imposto adicional e invisível para roubar ao povo, centenas de biliões de dólares.
E quem ganha? Os banqueiros, o governo secreto e a elite empresarial. Já estão a pilhar triliões de dólares em petróleo e outras receitas, ao Afeganistão, ao Iraque e à Líbia, e vão recolher 6 triliões de dólares com juros, dos cidadãos americanos. E é mais ou menos toda esta história. Um dia o povo americano poderá, finalmente, acordar e descobrir o que realmente aconteceu, e vai querer vingança pela guerra financeira e social que o seu próprio governo (secreto) lançou contra eles. Mas nessa altura, será tarde demais porque o governo já está preparado. Por esse motivo é que o governo dos EUA construiu 800 campos de concentração com guardas armados e é por esta razão que a Segurança Interna comprou 3 biliões de balas. E quem perdeu? Todos, excepto os banqueiros e os fabricantes de armas, sendo as nações vitimadas, as maiores perdedoras, mas que já foram apagadas da mente do público sem nenhum entendimento, hoje, entre os povos do mundo, do estado amargo e trágico dessas nações, graças ao controlo total da comunicação mediática mundial que está nas suas mãos.
Há uma última questão que precisa ser mencionada e que nunca vi ser levantada em nenhum lugar – o custo real dessas guerras. Em relação às baixas da guerra, a comunicação mediática dos EUA relata (e subestima) habilmente, só as mortes dos americanos e ignora, convenientemente, o número muito maior de vítimas percebidas como vítimas dessas guerras. Em relação ao Vietname, fomos informados de que os EUA perderam cerca de 50.000 soldados, mas poucos estão cientes de que o Vietname (o Laos e o Camboja) perderam no total cerca de 5 milhões de vidas, mais outros milhões incontáveis de feridos. No Iraque, fomos informados de 5.000 mortes de americanos, mas a comunicação mediática ignora mais de um milhão de mortes de iraquianos e muitos outros milhões de feridos e amputações, para não falar das 500.000 crianças mortas por Madeleine Albright. Em ambos os casos, é totalmente ignorado o grande número trágico de vítimas de agente laranja, de napalm e de urânio empobrecido. Também é ignorado o facto de que os EUA perderam apenas militares, enquanto as vítimas nesses países foram quase inteiramente civis, pelo menos, sendo dois terços delas mulheres e crianças, facto deliberadamente suprimido. As mortes maciças de civis são necessárias para “pacificar” adequadamente uma população, uma prática deliberada que os Estados Unidos seguem há mais de 200 anos. Pensem nas Filipinas e na Indonésia.
O governo secreto e a comunicação mediática fazem o mesmo em relação ao custo financeiro. Sabemos que essas guerras custaram cerca de 6 triliões de dólares no total, mas ninguém menciona o custo financeiro para os países sacrificados. O Iraque, por exemplo, foi totalmente destruído. Não tem capacidade militar de qualquer tipo e praticamente toda a infraestrutura básica do país está em ruínas. Hoje há muito pouco a funcionar naquele país e o custo da reconstrução dessa infraestrutura seria da ordem de triliões de dólares – se o Iraque tivesse permissão para reconstruí-lo e que não terá. O Afeganistão é um mar de escombros e a Líbia, a Sérvia e os Balcãs não estão melhores. A Líbia, em particular, degenerou de um pequeno país bom e rico, o mais avançado da África, para um Estado anárquico falido que teve todo o seu valioso petróleo, ouro e outros bens confiscados por essas mesmas pessoas. O Vietname exigiu 50 anos e triliões de dólares para a reconstrução e ainda é uma confusão. Nessas aventuras, os EUA atacaram países virtualmente indefesos com o seu poderio militar incomparavelmente superior e levaram-nos à ruína total, causando muitos triliões de dólares em destruição física, bem como incontáveis milhões de baixas civis. Mas sobre esses pontos a comunicação social mediática ocidental silencia, e por um bom motivo: a matança em massa de civis não militares e a destruição física dos activos civis não foram acidentais, nem foram “danos colaterais”. Eles constituiam o plano.
Quando cavamos abaixo das superficialidades das democracias americanas e ocidentais, descobrimos a mesma podridão a espalhar-se por toda parte. Políticos, funcionários não eleitos, banqueiros e outros vampiros, industriais, os chamados “financeiros”, proprietários de fundos de cobertura e nos seus amigos, todos a lucrar generosamente com as destruições da guerra e das finanças. A lista desses nomes não é grande. Os países fracos são forçados a privatizar os seus bens e recursos mais valiosos, sempre a preços de liquidação, impondo assim uma pobreza inevitável a todo o mundo subdesenvolvido cujas populações são pouco mais do que pessoas irritantes e descartáveis na busca de dinheiro. As histórias são todas semelhantes; os banqueiros e seus industriais farejam o lucro numa nação e começam a usar o FMI e o Banco Mundial para pilhar a essas pequenas nações, os recursos e a infraestrutura. Em ocasiões em que a destruição financeira fracassa, os Estados Unidos, que são controlados por essas mesmas pessoas, usam o seu poder militar para abrir as portas à força e remover todos os obstáculos ao saque sem obstáculos, na maioria das vezes a um custo humano enorme. Esta marcha para a tirania global parece quase imparável.
O Globe and Mail do Canadá publicou um artigo, no final de 2015, revelando que não só morreram centenas de soldados canadianos no Afeganistão para que os banqueiros que controlam a Unocal pudessem ter o seu oleoduto, mas que muitos desses soldados estavam a suicidar-se depois de voltar para casa. O mesmo acontece nos Estados Unidos, com o retorno de jovens soldados a matar-se às dezenas de milhares. Por que razão é que os soldados fazem isso? Porque não podem viver com as coisas que fizeram ou que viram fazer a outros seres humanos, os quais eram civis inocentes. Porque mesmo sabendo que as suas atrocidades tinham tornado o mundo seguro para os banqueiros, eles ainda não podiam conviver com as imagens de uma mãe a chorar sobre uma massa ensanguentada que já não parecia mais ser o seu filho, ou crianças pequenas reunidas em torno de uma mãe cujas entranhas estavam espalhadas por toda a parte. Eles mataram-se quando perceberam que tinham sido manipulados por psicopatas para executar depravações morais que não podiam ser desfeitas, e que as suas acções não eram destinadas a defender o seu país, mas para ajudar alguém a ganhar dinheiro. Em especial, no caso dos americanos o recrutamento foi baseado num pretexto moral elevado de liberdade e democracia e de proteger o mundo do terrorismo, mas então os soldados perceberam que tinham sido enviados para matar famílias inocentes, só para proteger os lucros dos banqueiros e que, em vez de serem homenageados pelas suas acções, eram rejeitados com desprezo.
A democracia não tem nada a ver com governo ou com a votação. Não se trata de liberdades ou de direitos humanos. É sobre dinheiro, sobre um pequeno grupo de pessoas muito poderosas com controlo efectivo da maior força militar do mundo, a roubar as nações fracas e a massacrar o seu povo, tudo devido à sua ganância e desejo de poder. Não há moralidade, nem mesmo uma pretensão de moralidade. Como o escritor americano, John Kaminski disse, com tanta precisão, a História americana e britânica também têm muito a ver com a História judaica e não é sobre a Magna Carta ou sobre a Declaração de Independência, mas muito mais sobre o genocídio dos povos nativos e sobre a escravidão de nações segundo o Modelo de “negócios” ocidental. Os contos bonitos sobre a democracia são histórias infantis de embalar, destinadas aos fracos e simplórios, aos ignorantes e sem educação a fim de se sentirem bem por serem americanos. Ou canadianos, australianos ou britânicos. É patético e doloroso ver também, as pessoas em Hong Kong, e algumas na China Continental, a engolir histórias de fantasia sobre o calor e sobre a liberdade da democracia ocidental quando, na verdade, estão a apoiar o maior empreendimento criminoso do mundo. Não há nada de bonito na democracia ocidental e não há nada de limpo ou moral nos assuntos internacionais, e quanto mais cedo o povo chinês perceber e aceitar esse facto, melhor para o seu país. Chegou a hora de crescer.
*
Larry Romanoff, consultor administrativo e empresário aposentado, ocupou cargos executivos de responsabilidade em empresas de consultoria internacionais e foi proprietário de uma empresa internacional de importação e exportação. Professor Visitante da Universidade Fudan em Shanghai, apresentando estudos de assuntos internacionais para classes avançadas de EMBA. O Sr. Romanoff reside em Shanghai e, actualmente, está a escrever uma série de dez livros geralmente relacionados com a China e com o Ocidente. Os seus artigos, traduzidos em mais de 20 idiomas, estão disponíveis em mais de 100 sites de idiomas estrangeiros em todo o mundo. Pode ser contactado através do email 2186604556@qq.com
Larry Romanoff é um dos autores que contribuíram para a nova antologia COVID-19 de Cynthia McKinney, ”When China Sneezes”.
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