PT — The Saker — Os planos dos Estados Unidos para a Ucrânia, April 16, 2021

Como é que os EUA procederiam?  Um exemplo:


Primeiro anunciar com grande alarido que os EUA estão a enviar 2 (de acordo com algumas versões 5!) navios da Marinha Americana para o Mar Negro, a fim de “dissuadir” a Rússia, mostrar “apoio” aos Ukies e dar-lhes a sensação de que quando atacassem estariam sob a “cobertura” dos EUA.  Este plano não é diferente daquele que os EUA utilizaram  com Saakashvili em 08.08.08 ou daquele que os EUA accionaram durante a “Primavera de Praga”.  Francamente, é um velho truque que o Ocidente tem usado inúmeras vezes ao longo da sua História.  E logo que os Ukies se sintam entusiasmados por estarem sob a protecção do tio Shmuel, retiram silenciosamente o seu plano de enviar quaisquer navios para o que é, de facto, um lago russo.

Os EUA estão a caminhar numa linha ténue – precisam motivar os Ukies para atacar, mas os Ukies estão aterrorizados, portanto, têm de lhes incutir a sensação de que “o mundo está convosco!”, “vamos proteger-vos”, “vamos lutar convosco” e depois, quando os acontecimentos parecem estar a chegar a um ponto crítico, abandonam os Ukies e correm para um lugar seguro.  É claro que o Ocidente unido apoiará os Ukronazis política e economicamente (apenas para manter a economia Ukie semi viva), mas, obviamente não a nível militar, pois iriam criar o risco de uma guerra devastadora que os EUA e a NATO, ou perderiam, ou decidiriam ir para um conflito nuclear, o que seria simplesmente suicida.

Há um coro de opiniões profundamente desnorteadas, tanto na Rússia como no Ocidente, que, neste momento, declara que Biden “piscou o olho”, que a Rússia ganhou e que agora irá surgir a paz.  Este é um ponto de vista muito ingénuo que provém, sobretudo, de não compreender a natureza da guerra moderna e das operações psicológicas.

Mais uma vez, o que alguns podem considerar como sendo uma política de zig-zag, de “Biden” em relação à Rússia e pensam erradamente que, uma vez que “Biden” não prometeu fogo e enxofre à Rússia, isso significa que “Biden” se submeteu.  Trata-se de um equívoco extremamente perigoso e estou confiante de que as autoridades russas que tomam decisões, percebam este estratagema (mesmo que não o mencionem, pelo menos, aqueles que estão até agora em funções)

Putin ainda não anunciou que contra-medidas (prefiro essa noção à ideia de contra-sanções, que são simétricas) a Rússia irá tomar a seguir (principalmente contra os EUA, Reino Unido e Polónia).  Não faço ideia do que o Kremlin poderá decidir, mas observo níveis muito elevados de indignação e de determinação nos meios de comunicação russos (tanto nos meios de comunicação tradicionais como na Runet).  A sociedade russa está claramente farta e, mais uma vez, Putin, enfrenta um nível crescente de críticas por ser demasiado brando e indeciso.  Anseio e espero que a resposta da Rússia desta vez seja muito menos branda (e, portanto, ambígua) do que no passado.   Em breve o saberemos.

The Saker

ACTUALIZAÇÃO: Precisamente quando estava a publicar esta actualização, vi o artigo do Sputnik sobre as contra-medidas russas.  Francamente, não estou nada impressionado e acredito que a maioria dos russos irá sentir o mesmo.  Claro que não sabemos o que se passa nos bastidores e os russos não têm qualquer obrigação de divulgar o que mais possam estar a fazer.  No entanto, acredito que medidas como o encerramento do estreito de Kerch é uma abordagem muito melhor.  Vamos esperar alguns dias antes de emitir um juízo final sobre a qualidade das contra-medidas russas.


Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

Email: luisavasconcellos2012@gmail.com

Website: NO WAR NO NATO


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