Fuente: Blog do Alok
Foto: The Duran
A onda de insultos que o ‘ocidente’ dirige à Rússia nos últimos dias, desde o suposto ataque que teria sido cometido com um produto químico de ação neurológica que viria da era soviética, “Novichok” (cujo inventor, por falar disso, vive hoje nos EUA), contra um agente duplo, Sergei Skripal, e sua filha, Yulia, foi simplesmente horrenda.
Especialmente no Reino Unido. A começar pela primeira-ministra May, que logo no primeiro instante acusou a Rússia de estar usando armas químicas em território britânico – e sem apresentar prova alguma de coisa alguma. Estranhamente, ninguém sabe onde estão Skripal e a filha, em que hospital estão sendo tratados, não há nem indício de qualquer tipo de análise de qualquer veneno, as vítimas não podem ser vistas, não se encontrou qualquer vestígio da substância que teria sido usada. A primeira pergunta que se tem de fazer é “Existem Sergei e Yulia?”
Consequência do ‘crime’, Theresa May expulsa 23 diplomatas russos, que receberam ordens para deixar o Reino Unido em sete dias. Depois veio Boris Johnson, o palhaço ministro de Relações Exteriores, também mentiroso abjeto. Esse disse, não, esse berrou no Parlamento, aos demais parlamentares, que foi “Escandalosamente a mesma coisa que se Putin em pessoa tivesse ordenado o ataque ao espião”. Essa acusação, feita sem mais nem menos, contra o presidente da Rússia é muito mais que quebra grave dos padrões diplomáticos: é insulto vergonhoso. – E, outra vez, sem qualquer prova. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, chegou a dizer que o ataque pessoal de Johnson ao presidente Putin foi “imperdoável”.
Para não ficar atrás, na pantomima de ofender ensandecidamente, o Secretário da Defesa do Reino Unido, Gavin Williamson, foi ainda mais insolente. Disse que a Rússia “caia fora e cale o bico”. Em resposta a essa demonização da Rússia – que está sendo acusada de crime até agora absolutamente sem qualquer prova –, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que os comentários antidiplomáticos significam que as autoridades britânicas estão nervosas e têm “algo a esconder”. Lavrov também objetou fortemente, disse que o melhor seria iniciar uma investigação conjunta, conduzida por Reino Unido e Rússia, sobre o caso – estaria delirando? – e, a uma pergunta sobre se haveria retaliação diplomática, respondeu que sim, que a Rússia também vai expulsar diplomatas britânicos, ’em breve’.
Não há qualquer dúvida de que o Reino Unido agiu como poodle de Washington. Durante essa sessão de ‘frases’ cenográficos anti-Rússia, Trump tuitou que apoiava integralmente a posição do Reino Unido. De fato, todos os fantoches europeus, Macron, Merkel, May e o capo, O Donald, assinaram declaração conjunta culpando a Rússia pelo ataque com gás de efeito neurológico contra o ex-agente duplo: “Não há explicação alternativa plausível além de a Rússia ser responsável pelo ataque”. Bingo. Palavra final. Declarada a declaração, a mídia-empresa prostituída põe-se a repetir a ‘declaração’ para os sete cantos do globo, e a ovelha ‘ocidental’ mais uma vez tem o cérebro lavado e enxaguado. Culpa dos russos.
Até aí todos sabemos. Meu ponto hoje é que a Rússia sempre reage a essas acusações flagrantemente ensandecidas e falsas; a Rússia sempre responde, rejeita, claro, as acusações, mas quase sempre com longas explicações e com sugestões sobre o que fazer para encontrar a verdade – como se o Reino Unido e todo o ‘ocidente’ estivessem à procura de alguma verdade. Por que a Rússia age assim? Para começar, por que vocês, Rússia, respondem a isso?!
Não pode haver mais tolo sinal de fraqueza. Como se a Rússia ainda acreditasse na bondade do ‘ocidente’, uma bondade que só precisaria hoje ser ‘despertada’. E o que a Rússia faz sempre –, não só agora, nesse caso Skripal, mas em todos os mais violentos e ensandecidos ataques, acusações deciber-hacking, ‘invasão’ da Ucrânia, ‘anexação’ da Crimeia, para nem falar na saga infinita do Russia-gate, da ‘intromissão’ de russos e ‘invasão de computadores’, para interferir nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA, para favorecer Trump contra Hillary. Qualquer pessoa no planeta que ainda tenha meio cérebro vivo sabe que todo esse monte de merda é golpe. Até FBI e CIA já disseram que não têm provas de coisa alguma. Assim sendo, por que responder?
De que vale tentar desfazer as mentiras e tentar convencer os mentirosos de que a Rússia nada tem a ver com essas mentiras?
Cada vez que o ‘ocidente’ noticia o desejo da Rússia de ser “bom vizinho” – ‘bondade’ e ‘vizinhança’ às quais o ‘ocidente’ não dá nenhuma importância ou atenção –, mais a Rússia torna-se vulnerável, mais exposta a ser acusada e atacada e cada vez é mais gravemente ofendida.
Por que a Rússia simplesmente não se separa do ‘ocidente’, em vez de tanto lutar para ‘se integrar’ ao ‘ocidente? Aceitem que o ‘ocidente’ não quer a Rússia, que, de vocês, o ‘ocidente’ só quer as riquezas, a vasta massa territorial, que o ‘ocidente’ quer provocar vocês para arrastá-los para uma guerra da qual não haverá vencedores, uma guerra que destruirá toda a Mãe Terra.
Mas eles, os anglo-sionistas que operam os comandos em Washington, sonham que a elite deles mesmos sobreviverá e acabará por tomar posse da grande Rússia [também do grande Brasil…]. Querem isso. A campanha de destruição política e moral, a infindável campanha de ofensas, pelas quais a mídia-empresa espera todas as manhãs, não é acaso, é projeto.
As ofensas são o meio de que se servem para alcançar o fim ao qual visam. Quanto mais gente os veículos da mídia-empresa consigam enganar e mobilizar, mais facilmente os anglo-sionistas terão a guerra atroz que estão construindo.
O caso Skripal é típico. A intensidade com que foi lançada a campanha de mentiras-propaganda, dessa vez a partir do Reino Unido, é exemplar. Puseram toda a legião de idiotas europeus – e há muitos idiotas na Europa! – sob um feitiço de ‘odeie a Rússia’.
Quem acreditará que May, Merkel, Macron mintam tão descaradamente aos próprios cidadãos?! Os cidadãos foram dessensibilizados para mentiras, depois de uma vida de ouvir/ver/ler mentiras que lhes são inoculadas diretamente no cérebro.
Hoje, mesmo que alguém lhes ofereça informação mais prestável – o que vocês ouviram não é verdade; vocês são presas da própria zona de conforto que inventaram que existiria e vocês acreditaram; isso vai nos matar –, a inércia do nunca olhar para a realidade, e do fiar-se no que dizem os veículos da mídia-empresa é tão forte, que mais fácil os ‘cidadãos’ clamarem por guerra, guerra, guerra e mais guerra contra a Rússia, guerra contra o eterno inimigo da humanidade. Lembro com tristeza a minha juventude na Suíça, na Suíça neutra… e lá também o inimigo viria do ‘Leste’. Estava à espreita, escondido por trás da “Cortina de Ferro”.
Hoje, o ‘ocidente’ está fabricando uma nova Cortina de Ferro. Mas enquanto o fazem não veem que estão enrolando a corda no próprio pescoço. A Rússia não precisa do ‘ocidente’, mas o ‘ocidente, em breve, nem conseguirá sobreviver sem o Leste. O futuro está no Leste [e no sul!], e a Rússia está já integrada ao leste, na Organização de Cooperação de Xangai, OCX, que reúne metade da população do planeta e controla 1/3 da produção econômica do planeta.
Presidente Putin, não há nenhuma necessidade de responder aos insultos que o ‘ocidente’ inventa! Porque não são ‘acusações’, são insultos, não passam de insulto e gritaria. A ofensa abjeta que Johnson Kid lhe dirigiu não passa disso, ofensa e insulto miseráveis. Não é comportamento que exija resposta. Cabe a nós definir as consequências.
Caro presidente Putin, caro ministro Lavrov, o ‘ocidente’ que se dane! Que apodreça afundado na própria insanidade. – Respondam ao Reino Unido não mais com palavras, mas com ações, ações drásticas. Fechem a embaixada, dê uma semana para que todos deixem o país, em seguida evacuem e esvaziem a embaixada, como os EUA fecharam e saquearam os consulados russos em Washington e em San Francisco – faz pouco mais de um ano. Certamente, nenhum russo esqueceu. Em seguida, dê aos britânicos generosos trinta dias, um mês, para fazer as malas e deixar esse seu lindo país (pode ser feito. É precisamente o que os EUA estão forçando seus vassalos a fazer em todo o planeta, contra os trabalhadores norte-coreanos que vivam naqueles países); bloqueie todo o comércio com o Reino Unido (ou com todo o ‘ocidente’, por que não?), congele todos os ativos ‘ocidentais’ na Rússia, porque essa é a primeira ‘medida’ que os saqueadores ‘ocidentais’ tomarão: bloquear patrimônio russo pelo mundo. Roubar, para o ‘ocidente’, é inevitável, está no sangue.
Presidente Putin, o senhor não precisa responder aos abusos e ataques baixos que lhe façam, às ofensas, às mentiras. O senhor e a Rússia estão em nível muito superior ao dessa matilha ‘ocidental’. Estanque qualquer relação com o ‘ocidente’. A Rússia tem a China, a OCX, a União Econômica Eurasiana, a Rússia já está integrada a ICE, Iniciativa Cinturão e Estrada, do presidente Xi – o projeto multitrilhonário de desenvolvimento, já em andamento, criação da China, que conecta continentes – Ásia, África, Europa, América do Sul – com infraestrutura, comércio, criando centenas de milhões de empregos decentes, desenvolvendo e promovendo a ciência, a cultura, a humanidade, e garantindo vida decente a centenas de milhões de pessoas.
O que o ‘ocidente’ faria se, repentinamente, se visse sem inimigo a atacar, porque o inimigo decidiu ignorá-lo e tirar uma soneca? A China apoiaria os russos.
Tudo o mais que não seja isso, responder, justificar-se, explicar, negar as mais flagrantes mentiras, tentar levar zumbis a ver a verdade não é só frustrante perda de tempo: é praticamente cometer suicídio político. Não há vitória possível. É jogo de perde-perde, porque o ‘ocidente’ não dá qualquer importância à verdade – é os ‘ocidentais’ já provaram incontáveis vezes, ao longo dos últimos 2 mil anos, ou mais. E em todo esse tempo, nem um átomo de consciência penetrou no pensamento coletivo ‘ocidental’. Ninguém deve confiar no ‘ocidente’. O ‘ocidente’ não é confiável. Ponto. Parágrafo.*****
* Peter Koenig é economista e analista de geopolítica. Trabalhou no Banco Mundial e em grande parte do mundo, nas áreas de meio-ambiente e recursos hídricos. É conferencista regular de várias universidades nos EUA, Europa e América do Sul. É colaborador regular de Global Research; Information Clearing House; RT; Sputnik; PressTV; The 21st Century;TeleSUR; The Vineyard of The Saker Blog e outros sites na Internet. É autor de Implosion – An Economic Thriller about War, Environmental Destruction and Corporate Greed [não encontrável no Brasil] – ficção baseada em fatos e nos 30 anos de experiência do Banco Mundial, em todo o mundo. É co-autor de The World Order and Revolution! – Essays from the Resistance [não encontrável no Brasil].
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