Soldado checheno em Mariupol relembra momento em que viu o verdadeiro rosto do Batalhão Azov

The Saker — 25 de abril de 2022

Traduzido e legendado por Leo V.

Zaur – militar do Regimento de Akhmat-Khadzhi Kadyrov :

Talvez que antes de vir para cá eu duvidasse um pouco [das histórias]. Mas naquela época, quando libertamos os primeiros prisioneiros numa casa, que ficava bem perto da Azovstal’ [fábrica], quando esses prisioneiros e civis saíram do porão, eles nos abraçaram e nos beijaram. E disseram que eles estavam felizes em nos ver. Eles choraram com lágrimas nos olhos! Percebi então que acabei exatamente para… (segurando as emoções) o que era necessário. E não duvido nem uma gota de que foi a ideia certa.

Lembro-me daquele momento, daquele fragmento que me veio à cabeça, quando invadimos uma casa onde havia muitos civis, e muitos daqueles combatentes Azov. (Azov é uma organização extremista banida no território da Federação Russa.) Uma mãe com seu filho correu para fora, e estávamos olhando através de binóculos. Não podiamos invadir, não podiamos entrar, não podiamos fazer nada. E então eles atiram na mãe, na coluna dela. A mãe caiu… e gritamos para a criança: “CORRA!!! CORRA!!!” de todos os lados. A criança congelou, sem entender o que fazer. Por um lado ele queria correr, mas por outro ele queria ajudar sua mãe. E então, de repente, a cabeça dele…, imagine isso, a CABEÇA dessa criança foi baleada por essa escória, essa BESTA malvada. Neste exato momento, todos nós de repente esquecemos o que a morte significa, esquecemos que poderia haver atiradores lá, assim como uma multidão, invadimos! Jogamos granadas de fumaça para que eles não nos vissem. Nós invadimos e destruímos todos eles [os guerrilheiros nazistas] que estavam lá dentro. Bem, nós entramos lá, mas não apenas entramos lá. No sentido de que as pessoas sacrificaram suas vidas. Muitos soldados sacrificaram suas vidas naquele momento. Mas entramos e cumprimos nossa tarefa.

Nós não poderíamos nos importar menos com nossas vidas, não depois de vermos a vida de uma criança indo embora. Quando percebemos que não são pessoas, mas sim animais, nada menos que feras, que podem se permitir… matar uma criança. Estas não são pessoas. Portanto, penso que acabei aqui exatamente pelo motivo certo. E tudo o que fiz aqui, fiz por essas pessoas que moram aqui e elas estão sorrindo e nos abraçando. Eles até pegam as coordenadas de onde eu moro, assim como de meus companheiros de combate, eles querem vir à nossa pátria e nos agradecer pela libertação.


Fonte: https://thesaker.is/chechen-soldier-in-mariupol-recalls-moment-where-he-saw-azov-battalions-true-face/

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